Falta de energia coloca em risco crianças internadas na Faixa de Gaza

Malu Corecha Por Malu Corecha
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Em vídeo divulgado pelo Ministério da Saúde de Gaza neste domingo (22), o chefe do departamento neonatal do hospital Al-Shifa informou a situação desesperadora dos hospitais de Gaza. Com os estoques de combustível que abastecem os geradores dos hospitais da região em estado crítico, o Dr. Fu’ad al-Bulbul relatou que as crianças que se não houver abastecimento antes que a reserva se esgote, será impossível salvar a maioria das crianças que estão em ventilação mecânica morrerão.

Nas palavras do médico: “A maioria dos bebês que dependem de ventiladores morrerão porque só podemos salvar um ou dois bebês, mas não podemos salvar todos os bebês.


Crianças e adolescentes após ataque aéreo

Crianças e adolescentes apavorados após ataque aéreo em Gaza (Foto: reprodução/Said Khatib/AFP)


Situação atual

A Agência da Nações Unidas para apoio aos refugiados palestinos (UNRWA) tem alimentado os geradores de hospitais desde que o suprimento foi cortado no dia 11 de outubro, mas já afirmou que o que possui só durará por mais três dias.

O Dr. al-Bulbul ainda acrescentou que há falta de suprimentos médicos básicos também. Segundo ele, os remédios existentes na unidade hospitalar são suficientes apenas para as duas primeiras horas de vida de um recém-nascido. O hospital é especializado em gestações de alto risco e os bebês prematuros dessas gestações e tem 45 encubadoras, que podem monitorar o mesmo número de crianças.

Dentre todos os contratempos, talvez o mais preocupante seja a exaustão da equipe médica, que vem trabalhando há 18 dias ininterruptos, o que pode atrapalhar até mesmo o atendimento dessas crianças.


Crianças em ponto de distribuição de água em Gaza

Crianças em ponto de distribuição humanitária de água em Gaza (Foto: reprodução/Mohammed Abed/AFP)


Ajuda humanitária

Após a negociação entre EUA e Egito, caminhões de ajuda humanitária já começaram a entrar em Gaza. Espera-se que a chegada desses caminhões alivie a falta de medicamentos do hospital, além de atenuar a fome dos civis que não conseguem sair da região. 

Contudo, a entrada de combustível foi negada tanto no acordo firmado entre Estados Unidos e Egito, tanto no que foi firmado entre a nação ocidental e Israel, o que não diminui a possibilidade de uma morte em massa dos pacientes ligados à máquinas em Gaza.

 

Foto destaque: criança machucada vê a mãe ser carregada para hospital após ataques em Gaza. Reprodução/Instagram/@motaz_azaiza

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