Foi registrado um foco de incêndio a cada 30 segundos na Amazônia, entre 1° e 5° de setembro

Igor Vieira Por Igor Vieira
3 min de leitura

A floresta Amazônica passou por mais um período de surto de focos de incêndio na semana passada. Os cientistas estimam que a fumaça que poluiu os ceús da Amazônia Legal, isto é, a Amazônia no território brasileiro, irá chegar ao sudeste. Os números são enormes e preocupantes: entre os dias 1º e 5 de setembro a Amazônia registrou uma média de dois novos focos de incêndio a cada minuto. Foram 14.839 focos, o que dá uma média de 2.968 por dia, ou um a cada meio minuto.

Especialistas explicaram ao colunista do UOL, Carlos Madeiro, que as queimadas podem ser explicadas por dois fatores: o receio de que o atual presidente Jair Bolsonaro não seja reeleito e o novo presidente reestabeleça medidas de proteção à Amazônia, e também a forte seca na Amazônia, que faz com que o fogo se alastre mais facilmente.


Fumaça na capital Rio Branco por conta das queimadas. Expectativa é de que a fumaça chegue ao Sudeste. Reprodução/Twitter


 

As queimadas na Amazônia são sempre causadas pelo homem, feitas com a intenção de limpar a área para o uso do solo. Ou seja, elas precedem o desmatamento como uma forma de destruir restos orgânicos e preparar o terreno para virar pastagem. “O que a gente está vendo agora queimando é aquilo que já foi desmatado“, assegura Juan Doblas, pesquisador do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) e doutorando do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) em detecção de desmatamento por radar.

E por que estão queimando agora? Porque daqui a pouco começa a chover e não vai dar para queimar o que foi derrubado. Teria de esperar o ano que vem, que poderá estar em cenário político diferente“, completa. Segundo os dados históricos do Inpe, a média de focos de incêndio durante esses cinco dias de setembro é a maior média registrada desde que o orgão começou a fazer medições, em 1988; inclusive maior que o Dia do Fogo em 2019.

Foto Destaque: Amazônia em chamas. Reprodução/R7

Deixe um comentário

Deixe um comentário Cancelar resposta

Sair da versão mobile