Milhares de pessoas foram para as ruas, para protestar contra a reforma da previdência imposta pelo governo de Emmanuel Macron, sem passar pelos votos dos deputados da Assembleia Nacional francesa.
Muitos dos manifestantes levaram bandeiras e gritavam “ça va péter” (que significa algo como, “vai sair do controle”, ou “a coisa vai explodir”, em tradução livre).
Várias latas de lixo não foram recolhidas, devido à greve dos coletores de lixo, e muitas delas foram incendiadas pelos manifestantes.
A polícia utilizou jatos de água e gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes que estavam reunidos na ‘Place de la Concorde’, que fica próxima da Assembleia Nacional (câmara baixa).
Polícia avança contra manifestantes na França. (Foto: Daniel Cole/AP)
Depois, alguns grupos se deslocaram e atearam fogo em ruas próximas no bairro de Champs–Elysees.
Cerca de 10.000 pessoas foram para as manifestações no local, de acordo com o governo.
Em 24 cidades, pelo menos 52.000 pessoas foram para as ruas, segundo um balanço da polícia. Pelo menos 310 pessoas foram detidas pelas forças de segurança durante os protestos.
As cidades de Rennes (oeste), Nantes (oeste) e Lyon (oeste) também registraram incidentes e cinquenta e quatro policiais ficaram feridos, segundo o g1. Dois terços dos franceses são contra os planos impostos pelo presidente e oito, em cada dez pessoas estão insatisfeitas com a decisão do governo de pular uma votação no parlamento, e 65% querem que as greves e os protestos continuem, de acordo com uma pesquisa da Toluna Harris Interactive para a rádio RTL.
Manifestação na França. (Foto: REUTERS/Pascal Rossignol)
A decisão do governo de utilizar o artigo 49.3 da Constituição para aumentar a idade para a aposentadoria de 62 para 64 anos sem submeter a medida ao voto dos deputados por conta do medo de perder a votação, alimentou significativamente os protestos.
O artigo 49.3, permite ao governo forçar a aprovação de um projeto de lei, sem que tenha que passar pela Assembleia Nacional. Além da elevação da idade de aposentadoria, o projeto exige também que os trabalhadores franceses façam contribuições adicionais durante o tempo de serviço, para que consiga o benefício de forma completa e determina o fim dos “regimes especiais” para os profissionais do setor ferroviário e de gás, por exemplo.
Foto destaque: Manifestação na França. (Foto: Lewis Joly/AP)