O passaporte de vacinação é um elemento central de grande debate e, embora tenha conquistado apoiadores, ainda é alvo de críticas e ojeriza por muitos. Não obstante, um sem-fim de organizações e empresas já utiliza a medida para filtrar a presença de clientes em seus eventos ou dependências e até mesmo candidatos a funcionários devem apresentar seus devidos certificados com a imunização em dia.
Está claro que isso dificulta a vida de muitas pessoas que optaram por não serem vacinados, mas para um grupo de vendedores cariocas, aparentemente, isso não é problema. Nesta sexta-feira (21), PMs do 5º Batalhão (Gamboa) prenderam em flagrante quatro homens que vendiam ingressos e passaportes de vacinação falsificados na Uruguaiana, próximo ao AquaRio.
A informação é do G1, que divulgou o diálogo do RJ1 com o vendedor. Confira:
“O vendedor mostra um cartão de vacinação no celular e afirma que o cartão é o mesmo dado nos postos de saúde. Segundo ele, o próprio comprador deve preencher.
RJ1: Então preciso eu preencher”.
Vendedor: “Tu mesmo. Aí tu só tu copiar o que está aqui. Aqui CF Clínica da Família São José. Aqui tu só vai mudar o nome da pessoa. O nome vai botar o teu. Primeira dose tu bota uma data lá. Aí segunda dose tu bota outra data pra tu voltar, no caso. Entendeu?”
Após uma negociação, o vendedor entrega um comprovante de vacinação em branco da Prefeitura de Mesquita. Um outro homem se junta ao diálogo.
RJ1: “Isso aí é quente, bagulho é da Prefeitura de Mesquita mesmo”.
Vendedor: “Prefeitura de Mesquita”.”
Exemplar do documento falso ao lado do idêntico verdadeiro. (Foto: Reprodução/TV Globo, via G1)
Os vendedores se escoram quase sempre no argumento de que a fiscalização não é tão rigorosa. O próprio rapaz do diálogo acima afirmou não ter se vacinado e estar usando um documento falso para entrar em todos os lugares, citando uma ida ao Fórum.
Em outro ponto, ao lado do BioParque, na Quinta da Boa Vista, um vendedor tenta persuadir o repórter a comprar seu produto ilegal:
“RJ1:“Vem cá, tu sabe se lá eles estão, estão pedindo aquele…”
Vendedor: “Cartão de vacina?”
RJ1: “É”.
Vendedor: “Estão, vocês têm?”
RJ1: “Não”.
Vendedor: “Eu faço on-line aqui para o senhor”.”
Ainda segundo o G1, a Polícia Militar “afirmou que os crimes exibidos são cometidos de forma velada em ações encobertas, o que dificulta a identificação dos autores…”, e a Prefeitura de Mesquita que “desconhece e condena a prática de falsificação de documento de vacinação…”.
Foto Destaque: Reprodução/AGÊNCIA BRASIL / Tânia Rêgo, via R7