Nesta quarta-feira (11), imagens de satélite mostraram os impactos dos bombardeios israelenses sob a Faixa de Gaza. Áreas residenciais foram atingidas e também a fronteira com o país vizinho, o Egito. O Exército Israelense afirma ter atacado lugares usados estrategicamente pelo grupo terrorista Hamas. O conflito entre Israel e Palestina, desde o ataque do Hamas no fim de semana, gerou um enorme e crescente número de mortes para ambos os lados.
Segundo informações da agência de notícias Reuters, neste momento, a maioria das 2.3 milhões de pessoas na Faixa de Gaza não têm eletricidade e nem água. Com as centenas de ataques israelitas cruzando o céu e caindo sobre seu território, eles não têm para onde fugir. A densidade demográfica do território palestino é alta.
Um dos lugares mais populosos do planeta está sitiado desde sábado (7), recebendo bombardeios constantemente. Segundo as autoridades de Saúde de Gaza, os ataques mataram mais de 1.000 pessoas. A ação é uma retaliação a um ataque devastador a Israel, encabeçado pelo grupo governante de Gaza, Hamas. Segundo os militares israelenses, o ataque sofrido por Israel culminou na morte de mais de 1.200 pessoas.
Imagem de satélite da costa da Faixa de Gaza (Foto: reprodução/Google Earth e Maxar Technologies via Reuters)
Sem eletricidade
A única central elétrica de Gaza, que estava em funcionamento intermitente há dias, teve que ser desligada nesta quarta-feira (11), após ficar sem combustível. Sem energia, é impossível bombear água para as casas. Durante a noite, a escuridão na Faixa de Gaza é praticamente total, sendo quebrada somente por bolas de fogo e pequenos pontos de luz vindo de telefones usados como lanternas.
A ausência de eletricidade afeta diretamente o tratamento dos corpos das vítimas dos ataques. Em um hospital em Khan Younis, no sul de Gaza, familiares e amigos estendiam corpos no chão, pois os refrigeradores estavam cheios ou não tinham energia. Parentes e amigos tentavam realizar sepultamentos rapidamente, pois o calor fora de época não é favorável para a preservação dos corpos. Muitos são sepultados sem o uso de macas para o transporte, pois em um cenário de guerra, até estas faltam.
Imagem de satélite da costa da Faixa de Gaza. (Foto: reprodução/Google Earth e Maxar Technologies via Reuters)
Sem esperança
Com a única outra fronteira da faixa, com o Egito, bloqueada pelas autoridades egípcias, as pessoas disseram que estavam encurraladas. Israel atacou, nesta terça-feira (10), Rafah, a única passagem para fora de Gaza, que faz fronteira com o norte do Egito. Segundo o governo brasileiro, havia planos de utilizar a saída para retirar brasileiros da região.
Segundo as Nações Unidas, mais de 175 mil habitantes de Gaza fugiram de suas casas desde o início do conflito no final de semana. Algumas entidades de ajuda humanitária em Gaza afirmam que as condições são as piores já vistas, mesmo quando comparadas a repetidos conflitos e aos 16 anos de bloqueio israelita, implementado desde que o Hamas assumiu o poder de Gaza, em 2007. Segundo autoridades, 2,1 mil pessoas já perderam a vida nos ataques desferidos por ambos os lados.
Foto destaque: Imagem de satélite da costa da Faixa de Gaza. Reprodução/Google Earth e Maxar Technologies via Reuters