O chanceler austríaco Karl Nehammer participou de uma coletiva de imprensa ontem (16), e anunciou que a medida que torna a vacina obrigatória entrará em vigor a partir de fevereiro. O chefe do governo direcionou a regra para os maiores de 18 anos, e disse que os que recusarem a imunização estarão sujeitos a multas elevadas.
“É um projeto sensível, mas conforme à Constituição”, disse o chanceler.
O governo estabeleceu a ideia de “uma fase de adaptação” para que as pessoas não vacinadas tenham a opção de mudar de atitude até “meados de março”, explicou também Karl Nehammer. Após esse período, haverá fiscalização da aplicação da sanção da futura lei. Ele, de antemão, revelou que os que não estiverem em dia com a imunização, estarão em status de “delito, passível de sanções” que variam de 600 à 3.600 euros (R$ 3.790 à R$ 22.750), em casos de reincidência.
Chanceler Karl Nehammer ao anunciar obrigatoriedade da vacina contra Covid-19. (Foto: Michael Gruber/Reprodução)
A decisão inevitavelmente divide a sociedade da Áustria (78,5% da população completou a vacinação, um indíce considerado baixo, na comparação com outros países da zona ocidental). Durante a semana, debates evidenciando conflitos de interesse ocorreram no Parlamento em torno do projeto.
No sábado (15), 27 mil pessoas mobilizadas contra a obrigatoriedade da vacinação voltaram às ruas de Viena, acusando o governo de infringir a liberdade individual. Os protestos tem o apoio da extrema direita, e em contrapartida os partidos Social Democrata e Liberal, além dos Verdes, declaram apoio à Nehammer.
O governo argumenta que tal medida possui fundamento para o combate a lotação de hospitais e para o país alcançar uma porcentagem maior na taxa de vacinação, no objetivo de atingir os 90%, indíce considerado ideal para uma “imunidade coletiva”, conforme o conselho de especialistas orientam.
Com mais campanhas de conscientização, a exigência da vacinação passa a ser assunto na maioria dos países euroupeus, de maneira relativamente velada, sendo assim, a Áustria é o primeiro país do continente a anunciar a medida abertamente. A comprovação de imunização já é um requisito pedido há um tempo, principalmente em categorias profissionais ligadas à saúde e com alto contato com o público.
Ao redor do mundo, como no Equador, na Indonésia, Micronésia, no Tajiquistão e Turcomentistão, o projeto de lei da obrigatoriedade vacinal já é avançado.
Foto em destaque: Vacinação contra Covid-19 na Áustria. (Foto: Agência Brasil/Reprodução)