Governo britânico declara seca e pede que a população controle o consumo de água

Lorena Correia Por Lorena Correia
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O Reino Unido declarou oficialmente, nesta sexta-feira (12), estado de seca em boa parte da Inglaterra. Com uma forte onda de calor que passa pelo país e ameaça os reservatórios de água. O país se junta a lista de nações da Europa e do Norte da África, que estão sofrendo com as altas temperaturas. O anúncio da seca surge no momento em que as famílias britânicas enfrentam restrições no uso de água durante este período prolongado de clima quente e seco que gerou incêndios florestais e testou a infraestrutura do país.

A declaração do estado de seca não implica em um racionamento de água determinado pelo Estado, mas impõe que as companhias de água desenvolvam planos de contingência de acordo com cada local, como o nível dos reservatórios, demanda de abastecimento e previsão de chuvas. Através do plano de contingência e conhecimento sobre a situação de cada região, é possível lidar com a escassez e proibir a lavagem de carros, enchimento de piscinas privadas e rega de jardins.


Rachaduras no reservatório de Tittesworth Reservoir, em Leek, no Reino Unido. (Foto: Reprodução/Isto É)


O ministro da Água, Steve Double, disse após uma reunião do Grupo Nacional da Seca que, “Todas as empresas de água nos asseguraram que os suprimentos essenciais ainda estão seguros, e deixamos claro que é seu dever manter esses suprimentos”, garantiu. Double ainda menciona que o país está preparado para lidar com a situação. “Estamos mais preparados do que nunca para os períodos de tempo seco, mas continuaremos a monitorar de perto a situação… e tomaremos as medidas necessárias”, salientou.

Já o Presidente do Grupo Nacional da Seca, Harvey Bradshaw, disse que: “As altas temperaturas atuais que estamos enfrentando exacerbaram as pressões sobre a vida selvagem e nosso ambiente aquático”. E acrescenta: “Pedimos a todos que controlem a quantidade de água que estão usando neste período excepcionalmente seco”.

Em grande parte de Londres e principalmente nos parques, o verde da grama se tornou um amarelo palha em um chão empoeirado. Segundo a agência meteorológica, Met Office, o Reino Unido registrou o julho mais seco desde 1935, com um calor recorde de 40,3°C. Os cientistas informam que as ondas de calor no verão são uma nova realidade e que estas se multiplicarão e prolongarão devido ao aquecimento global.

A agência meteorológica prevê tempestades e chuvas intensas para o domingo (14) e a segunda-feira (15), com possibilidade de causar algumas inundações. A porta-voz do Met Office, Nicola Maxey, explica como ocorrem essas inundações. “Se uma chuva forte cai em solo duro e seco, a água não penetra no solo. A água corre para as estradas, fica no topo do solo e leva muito tempo para absorver, então acontecem inundações repentinas”, esclareceu.

Grande parte da Europa enfrentou semanas de calor extremo com risco de vida, que geraram incêndios florestais e reduziram os níveis de água nos principais rios.

 

Foto Destaque: Reservatório abaixo do nível na fazenda Euston Estate, em Euston, no Reino Unido. (Foto: Reprodução/Veja)

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