Grande parte das cidades do nordeste não têm nenhum sistema de drenagem fluvial, diz estudo

Camila Rodrigues Por Camila Rodrigues
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Quase metade das cidades do nordeste do país, ou 44% dos municípios da região, não possui sistema de drenagem fluvial, o que é muito inferior ao do sudeste do país, onde 89,8% têm algum sistema de drenagem, e no sul, 92,9%.

Os números fazem parte de um levantamento da consultoria Go Associados, com base nos dados mais recentes do Sistema Nacional de Informação Sanitária (Snis), para 2021. O Snis é um órgão vinculado ao Ministério do Desenvolvimento Regional.

O sistema de drenagem de um rio é justamente o processo de gestão e gestão das águas pluviais. Seu principal objetivo é reduzir os problemas que esse excesso de água pode causar, como deslizamentos de terra e inundações. Com um conjunto de estruturas e instalações nas ruas da cidade Este sistema orienta e direciona essa corrente para canais, esgotos, galerias, etc. Assim, é possível direcionar o tratamento e o reúso da água.


Gráfico do sistema de drenagem no Brasil. (Reprodução/CNN)


O economista da Go Associados, Luccas Saqueto, fez uma analogia para explicar a importância da drenagem fluvial: “É como se essas cidades fossem boxes de chuveiro sem ralo. Chove e não tem por onde a água escoar, não tem um sistema que funcione para tirar a água do asfalto rápido”.

O economista disse que os dados mostram que tragédias repetidas também podem ser explicadas por investimentos insuficientes em limpeza urbana.

“Uma obra de drenagem é menos vistosa do que uma estrada ou creche, em que o político vai no local e faz uma inauguração da obra. Drenagem é um investimento que não traz muito capital político, um político não pode ir lá, cortar a tubulação para fazer uma divulgação, é menos vistoso, por isso há menos interesse”, diz o economista da Go Associados.

Em nota, o Ministério de Desenvolvimento Regional informou que o país investiu mais de R$ 2,6 bilhões em ações de prevenção de desastres no país desde 2019.

“Cabe destacar, também, que conforme anunciado pelo ministro Daniel Ferreira, o MDR conta com cerca de R$ 1 bilhão para ações de socorro, assistência e restabelecimento de serviços essenciais eventualmente interrompidos. Os recursos foram disponibilizados por meio de medidas provisórias e poderão, também, ser utilizados para reconstrução de infraestrutura pública e casas destruídas em razão das chuvas”, diz o comunicado.

Foto destaque: As enchentes são um dos problemas causados pela falta de um bom sistema de drenagem urbana. Reprodução/Civilização Engenheira.

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