Nesta última quarta-feira (21), o presidente russo Vladimir Putin insinuou a utilização de armas nucleares caso se sinta “acuado”. Em um discurso à nação, transmitido na televisão, Putin, afirmou que o uso das armas aconteceria apenas se houvesse uma ameaça a Rússia. No anúncio, o presidente afirma que vários países da Organização do Tratado Atlântico Norte (OTAN), conspiram em utilizar armas de destruição em massa contra o solo russo, e que, para esses países, a Rússia tem um arsenal com armas até mais modernas como resposta para qualquer tipo de ofensiva.
Assista ao discurso de Vladimir Putin. (Reprodução/ BBC NEWS)
“Gostaria de lembrar àqueles que fazem afirmações sobre a Rússia que o nosso país também dispõe de vários meios de destruição e que, em alguns casos, eles são mais modernos do que os dos países da Otan. Se a integridade territorial russa for ameaçada, utilizaremos todos os meios disponíveis para proteger a Rússia e o nosso povo”, afirma Putin em Discurso.
A ex-secretária-geral adjunta da Otan, Rose Gottemoeller, falou em uma entrevista para a BBC, que não descarta a possibilidade de a ameaça ser real. Já o especialista em política de segurança e coronel da reserva da Bundeswehr, Wolfgang Richter, acredita que o discurso não deve ser, ser visto de maneira tão dramática e que apenas a Rússia, utilizará de armas nucleares caso também seja atacada ou caso a existência do Estado russo esteja ameaçada.
O presidente Biden, dos Estados Unidos, também se pronunciou em um discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, afirmando que não permitirá uma guerra nuclear, além de também reprovar o discurso de Putin, que em seu posicionamento, violou a Carta das Nações Unidas, que é um tratado muito importante para garantir a segurança mundial e a não utilização de armas nucleares pelas Nações Unidas. Porém, é importante salientar, que os Estados Unidos já foram acusados diversas vezes de não respeitar a mesma carta. Além de que, no artigo 51 a carta afirma: “nada na presente Carta prejudicará o direito inerente de legítima defesa individual ou coletiva no caso de ocorrer um ataque armado contra um Membro das Nações Unidas”. Portanto, o gendarme mundial age, se puder agir, de modo que “todo Estado pode se ver só diante do seu agressor”, segundo comunicado.
Foto destaque: Presidente Putin. Reprodução/Sputnik/AFP