Holandês recebe implantes eletrônicos cerebrais e volta a andar

Welyson Lima Por Welyson Lima
4 min de leitura

O holandês, Gert-Jan Oskam, de 40 anos, voltou a andar, após 12 anos sendo paraplégico, quando num acidente de bicicleta, perdeu os movimentos das pernas. O britânico passou a andar novamente com implantes eletrônicos realizados no cérebro. Os implantes eletrônicos realizam transmissão sem fio dos pensamentos de Gert-Jan Oskam diretamente para as pernas e pés, através de um outro implante na coluna dele.

Ainda que em estágio experimental, o sistema se mostra eficiente. À BBC, Oskam disse que se sente como criança, que está começando a andar pela primeira vez. Outro grande triunfo para o britânico com o implante realizado, é que agora ele poderá ficar em pé e subir escadarias. “[…] agora posso me levantar e tomar uma cerveja com meu amigo. É um prazer de que muitas pessoas não têm ideia”, diz ele. 


Pesquisadora realizando avaliação em programa de computador. (Foto Reprodução:WIMAGINE/Divulgação G1)


A tecnologia, divulgada na Revista Nature, foi projetada pelos pesquisadores da Suíça. O sistema está ainda em estágio de pesquisa básica. Por estar ainda em experimentação, ainda levará anos para o sistema estar disponível a todas as pessoas que possuem paralisia.

A neurocirurgiã Jocelyn Bloch, disse à BBC News, que a intenção da equipe que realizou que projetou o sistema de implante eletrônico era a de fazê-lo sair do laboratório e ser operacionalizado o mais rapidamente possível. Disse ainda que mais do que realizar um experimento científico, o objetivo era dar estímulo e esperança às pessoas com paralisia de que elas possam acreditar na solução, ou seja, “dar mais acesso a mais pessoas com lesões na medula espinhal que estão acostumadas a ouvir dos médicos que precisam se acostumar com o fato de que nunca mais terão movimentos”, diz Jocelyn à BBC News.

A cirurgia realizada em Gert-Jan aconteceu ainda em julho de 2021. E o implante aconteceu da seguinte forma: dois orifícios circulares em cada lado do crânio, com 5 cm de diâmetro, acima das regiões do cérebro que são responsáveis pelo controle do movimento, foram feitos.

Após esse procedimento, foram inseridos dois implantes em formato de disco, que são transmissores de sinais cerebrais sem fio, para dois sensores presos a um capacete em sua cabeça. Depois, a equipe de pesquisadores suíços desenvolveram um algoritmo que realiza traduções dos sinais em instruções a fim de mover os músculos das pernas e pés através de um segundo implante colocado na região da medula espinhal de Gert-Jan. Depois de algumas semanas, os pesquisadores descobriram que Gert-Jan conseguia já ficar de pé e andar com auxílio de andador. 

“Gert-Jan recebeu o implante 10 anos após o acidente. Imagine quando aplicarmos nossa interface cérebro-espinha algumas semanas após a lesão. O potencial de recuperação é tremendo”, disse o professor Courtine, proprietário da empresa Onwald Medical, que realizou trabalhos anteriores sobre implantes cerebrais. Courtine desenvolveu um trabalho bem antes, quando tão somente o implante espinhal era utilizado para realizar a restauração dos movimentos. Gert-Jan tinha somente o implante espinhal antes de receber os implantes eletrônicos no cérebro.

 

Foto Destaque: Gert-Jan. (Foto: Weber Gilles/Reprodução: G1)

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