Inflação da Turquia dispara em quase 79% e atinge nível inédito em 24 anos

Diogo Nogueira Por Diogo Nogueira
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A taxa de inflação anual da Turquia alcançou a máxima de 24 anos de 78,62% em junho, informam dados desta segunda-feira (4), tendo como justificativa o impacto da guerra da Ucrânia, aumento dos preços das commodities e a queda na lira desde a crise em dezembro.

O aumento inflacionário vem ocorrendo desde que a lira caiu, após o Banco Central cortar de forma gradual a taxa de juros em 500 pontos base, para 14%, durante um ciclo de flexibilização defendido pelo presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, para impulsionar o crescimento econômico.

Os últimos números registraram elevação de 4,95% no preço ao consumidor em junho, e a expectativa em pesquisa da Reuters ficou em 5,38%. Na referência anual, a inflação ao consumidor já era projetada em 78,35%.


Em maio, a inflação da Turquia já havia atingido o patamar de 73,5%, mesmo com medidas de combate aos problemas econômicos por parte do governo. (Foto: Reuters/Daren Butler/Reprodução)


A inflação dos preços ao consumidor ganhou força graças aos preços de transporte, que subiram 123,37%, e pelos valores altos dos alimentos e bebidas não-alcoólicas, que aumentaram 93,93%, como identifica os dados do Instituto Turco de Estatística (TUIK).

É a maior taxa de inflação anual desde setembro de 1998, quando ela atingiu 80,4% e a Turquia estava em época de luta para encerrar uma década de inflação apresentando alta frequente.

Erdogan disse na semana passada que torce para a inflação descer para níveis “apropriados” até fevereiro-março do próximo ano. O Banco Central, que manteve a taxa de juros em 14%, disse que a inflação cairá para 42,8% até o final de 2022.

O BC turco reforçou compromisso em usar todos os instrumentos disponíveis para alcançar a meta de inflação em 5% no médio prazo.

Na Turquia, a atividade econômica permanece “forte”, com ajuda da demanda externa “robusta”, na visão do BC.

Foto em destaque: Inflação da Turquia provoca números superiores em 24 anos no país. (Reuters/Cagla Gurdogan)

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