Nesta quinta-feira (4), o Ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant divulgou planos para continuar o combate com mudanças de estratégia e ofensivas mais focadas contra a infraestrutura da Faixa de Gaza. No geral, o conflito esperado é de menor intensidade, com a exaustão de grande parte dos recursos do grupo terrorista Hamas, e maior foco da IDF em atingir os líderes do que combatentes em si.
Sobre o Conflito
Esta já seria a terceira fase da guerra. Por hora, o ataque à infraestrutura deve ser efetivado pelas Forças de Defesa de Israel (IDF) no norte de Gaza, destruindo túneis terroristas, atividades aéreas e terrestres, e também “operações especiais”, segundo Gallant. Já o rastreamento dos líderes do Hamas seguirá pelo sul, acompanhada da iniciativa para resgate de reféns, ponto em que Israel tem se destacado negativamente.
Em grande parte, a mudança nas operações israelenses ocorre após o recuo de milhares de tropas (cinco brigadas) e o assassinato de um dos líderes do Hamas no Líbano nesta semana. Especialistas afirmam que Israel agora está se distanciando do que Joe Biden descreveu como “bombardeios indiscriminados”, e no geral promovendo uma guerra de menor instensidade.
Primeiro-ministro Netanyahu já havia demitido Yoav Gallant anteriormente, mas desfez a decisão. (Foto:Reprodução/Reuters/Amir Cohen)
“Day After”
O Ministro da Defesa também divulgou um documento de três páginas intitulado “Day After” (ou Dia Depois), elaborando um projeto da quarta e final fase da guerra, traçando uma trajetória de decrescente intensidade – o que o Gabinete de Benjamin Netanyahu se opoem fortemente.
Um dos ponto de contenção do pós-guerra imaginado é que Yoav Gallant defende que, uma vez confirmada a saída de Hamas da Faixa de Gaza (eliminando a “ameaça à segurança dos cidadãos de Israel”), também ocorreria a saída de Israel do território, que com seus objetivos de guerra alcançados, não deixaria “nenhuma presença civil israelense na Faixa de Gaza”.
Trata-se de um esforço muito mais adequado às duas partes do conflito do que propostas anteriores, que visavam o extermínio completo dos inimigos de Israel. Em contraste, seria realizada uma “reabilitação” da Faixa, com ajuda de forças lideradas pelos Estados Unidos, além de integrar “parceiros europeus e regionais”.
Familiares de reféns israelenses mortos pelo IDF interrompem a fala de Netanyahu: “E se fosse o seu filho?” (Foto:Reprodução/X/@haaretzcom)
Discordâncias Internas
No total, o mais moderado ministro Yoav Gallant se alinha um pouco mais com os pedidos brasileiros de resoluções diplomáticas, e com as defesas estadunidenses de que Gaza e Cisjordânia sejam lideradas por uma Autoridade Palestina “revitalizada”, em governo unificado. É essencialmente a proposta de um estado palestino, coexistindo com o estado de Israel.
É em oposição ao mais radical e fundamentalista primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que defende a completa expulsão dos palestinos e a intensificação do conflito. Parcialmente, alguns especialistas políticos notaram que é de seu interesse defender a posição, uma vez que a continuação da guerra aumentaria as chances que o premiê tem de se perpetuar no cargo.
A guerra entre Israel e Hamas já está entrando em seu quarto mês, e as estimativas de mortes já passaram de 22 mil.
Foto Destaque: Ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant. (Reprodução/Reuters/Fabrizio Bensch)