As autoridades da Polônia informaram nesta quarta-feira (11) que encontraram quase 400 objetos da época da Segunda Guerra Mundial enquanto reformavam uma casa na cidade de Lódz, região central do país. São objetos da cultura judia, e acredita-se que os donos da casa, na época, eram judeus e podem ter escondidos os artefatos.
Entre os itens encontrados estão menorás e chanuquiás – comuns nas celebrações judaicas -, candelabros, e também objetos do dia a dia, como talheres, copos, pratos, e anéis. E a maioria deles é feito de metal prateado.
“Os moradores que enterraram esses itens provavelmente pensaram que um dia voltariam para buscá-los, que seriam capazes de recuperá-los. Provavelmente, essas pessoas perderam suas vidas [no Holocausto]”, disse Adam Pustelnik, vice-prefeito de Lódz.
Objetos encontrados na casa. (Foto: Reprodução/SBT News)
O inspetor Krzysztof Hejmanowski, da construtora Warbud, responsável pela reforma da casa, e cuja equipe encontrou os objetos, disse que eles estavam embrulhados em jornais e guardados em uma caixa de madeira. As autoridades polonesas afirmaram que os itens recuperados serão transferidos para o Museu de Arqueologia da cidade.
“Essas histórias são verdadeiramente raras e preciosas e também são uma grande lição para todos nós”, afirmou Pustelnik.
O endereço em que os objetos foram encontrados, Rua Polnocna, nº 23, não estava no perímetro do Gueto de Litzmannstadt, – após o Gueto de Varsóvia, o segundo maior gueto estabelecido para judeus e ciganos na Polônia sob ocupação nazista – que ficava na região. O bairro em Lódz foi estabelecido pelos alemães nazistas em fevereiro de 1940 e, até agosto de 1944, esse local abrigou cerca de 200 mil judeus de toda a Europa. A maioria deles morreram lá ou em campos de concentração.
Os itens e a sua história despertam “emoção e profunda reflexão sobre o fato de que não estamos sozinhos, que deixamos algo para trás”, disse uma funcionária da Administração de Investimentos, Małgorzata Loeffler.
Foto destaque. Krzysztof Hejmanowski (esquerda), inspetor da construtora Warbud, e Bartlomiej Gwozdz (direita), arqueólogo, com os objetos encontraados. Repreodução/G1.