A primeira-dama, Rosângela Silva, conhecida como Janja, revelou ter enfrentado ataques nas redes sociais, incluindo fake news difamatórias. Ela comunicou sua preocupação ao Google, a empresa por trás do mecanismo de busca mais utilizado na internet, mas não obteve resposta satisfatória. Em uma entrevista ao GLOBO, Janja enfatizou que as grandes empresas de tecnologia têm uma parcela de responsabilidade na disseminação da violência digital.
Desconforto
Em uma conversa abrangente, a socióloga paranaense abordou também os desafios de aumentar a representação feminina na política e expressou desconforto com a predominância masculina nas reuniões em Brasília. Ela destacou a demissão de três mulheres em postos-chave durante os dez meses de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, substituídas por indicações de líderes do Congresso. Janja enfatizou sua determinação em não se limitar a questões de estética, reivindicando o direito de ser chamada de “você” em vez de “senhora”.
Ela reconheceu ser alvo frequente de mentiras, ameaças e ataques nas redes sociais, frequentemente mais intensos que os direcionados ao presidente Lula. Ela enfrentou exposição de deep fake, em que seu rosto foi manipulado para criar conteúdo difamatório.
“A maioria dos ataques é pelas redes sociais. Contra a minha honra, exposição de deep fake (vídeos e imagens criados por meio de inteligência artificial), usando meu rosto em outro corpo. Sou o alvo preferido dos bolsonaristas. Isso é fato. Por algum motivo, incomodo. Tive uma conversa com uma diretora da Google sobre empreendedorismo feminino. E falei: “Sabia que digitando no Google ‘Janja prostituta’ aparecem trocentas fake news?”. Ficaram sem resposta, porque ganham dinheiro com isso. As big techs são responsáveis por muita violência digital. Já fiz denúncias. Tenho três processos na Justiça. Tem também a violência e o machismo do entorno. Entendo, mas não aceito”, afirmou a primeira-dama.
Janja em postagem do Instagram, em que celebra os 93 anos da Instituição do Direito ao Voto Feminino no Brasil (Foto: reprodução/Instagram/@janjalula)
Fake news
Janja mencionou uma conversa com uma diretora da Google sobre empreendedorismo feminino, na qual relatou a proliferação de fake news caluniosas a seu respeito ao realizar pesquisas no mecanismo de busca. Contudo, não obteve uma resposta satisfatória, pois, como afirmou, tais empresas lucram com a disseminação dessas notícias falsas. Ela enfatizou que as grandes empresas de tecnologia têm responsabilidade na propagação da violência digital e mencionou ter apresentado denúncias formais, resultando em três processos judiciais.
Além dos ataques nas redes, Janja também mencionou o machismo e a hostilidade em seu entorno próximo, reconhecendo que esses aspectos não estão sob seu controle. No entanto, ela afirmou que tenta não levar as críticas pessoais para o âmbito pessoal e prefere responder com seu trabalho.
Foto destaque: Janja em ensaio fotográfico (Reprodução/Bob Wolfenson/via Agência o Globo)