Johnson & Johnson oferece acordo de mais de R$45 bilhões após ter produto vinculado com câncer

Lucas Bydlowski Por Lucas Bydlowski
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Johnson & Johnson ofereceu, nesta terça-feira (04), o valor de US$8,9 bilhões (R$ 45 bilhões) para finalizar os processos que estão enfrentando pela venda de talco que é apontado como um possível causador de Câncer. 

Um dos maiores símbolos da empresa americana, o talco para bebês, comercializado há mais de cem anos, foi acusado de causar câncer nas pessoas. A indústria farmacêutica teve que cessar a produção, após os depoimentos sobre causar câncer de ovário por conta do asbesto, mineral que tem como composição o amianto (substância cancerígena). A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que o amianto branco também está ligado a outros tipos de câncer, e mesmo empresas que vendem indicam não inalar o ar com o composto. Mas os fabricantes alegam que o manejo cuidadoso evita contaminações.


 

Amianto. (Reprodução/HO Fácil)


O produto, que era indicado para evitar assaduras e aplicação cosmética,  já não era mais vendido em alguns países, como Estados Unidos e Canadá, onde há mais de dois anos, o talco já não era mais comercializado. A empresa está enfrentando mais de 30 mil processos, majoritariamente por mulheres, que alegam que o manuseio do produto as levou a contrair câncer de ovário. 

O dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia,  Lucas Miranda, relata que a doença é algo extremamente complexo e multifatorial, por conta disso, saber sobre seu surgimento e tratamento é um dos maiores desafios da medicina. Para o doutor, é delicado fazer uma afirmação que um fator isolado pode ser capaz de causar câncer. “Os níveis da substância presentes em um determinado produto só podem ser atestados a partir de pesquisas direcionadas e, por outro lado, os níveis seguros de contato com determinadas substâncias também costumam ser controversos. Se há dúvidas, é sensato evitar. Mas não é possível também afirmar que um produto isoladamente é causador de câncer“, explicou, o doutor. 

O tribunal de apelação do Missouri considerou que o grupo “vendeu conscientemente aos consumidores produtos que contêm amianto”, o que gerou uma forte “angústia física, mental e emocional“, já a “J&J” afirmou que mesmo oferecendo o acordo, não se considera culpada, alegando inocência e falta de provas.  “A empresa segue acreditando que estas alegações são enganosas e carecem de base científica“, declarou um representante jurídico da indústria  que tem sede em Nova Jersey.

 

Foto Destaque: Johnson’s baby, talco. (Reprodução/The Wall Street Journal)

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