Nesta quinta-feira (5), foi anunciado como vencedor do Prêmio Nobel de Literatura de 2023, o escritor e dramaturgo norueguês de 64 anos, Jon Fosse. Segundo a Academia, foi concedido o prêmio de cerca de R$ 5 milhões por “suas peças e prosa inovadora que tão voz ao indizível”.
Série “Septology” de Jon Fosse. (Foto:Reprodução/Transit Books/Jon Fosse)
Sobre Jon Fosse
Jon, nascido em Strandebarm (1959), estreou sua carreira como escritor em 1983, com o romance “Raudt, svart” (“Vermelho, preto”), e posteriormente acabou realizando a publicação de poesia, ensaios, peças teatrais e até títulos infantis. Na visão da Academia, sua obra-prima é a série “Septology”, ao menos em prosa.
Apesar de já ter sido comparado com autores como Samuel Beckett, Tarjei Vesaas, e até chamado de “o novo Ibsen” – referenciando o dramaturgo norueguês Henrik Ibsen (1828-1906) que alguns críticos consideram como o melhor desde Shakespeare – o autor verdadeiramente se destacou por uma visão única sobre os clássicos temas existenciais.
“Embora Fosse partilhe a perspectiva negativa dos seus antecessores, não se pode dizer que a sua visão gnóstica particular resulte num desprezo niilista pelo mundo. Na verdade, há grande calor e humor no seu trabalho, e uma vulnerabilidade ingênua às suas imagens nítidas da experiência humana,” comentou a Academia. “Combina fortes laços locais, tanto linguísticos como geográficos, com técnicas artísticas modernistas.”
Das duas versões oficiais do norueguês, Jon escreve na língua menos comum. Por isso, considera o prêmio como um reconhecimento do idioma, e do movimento promovido por ele. Ficou “impressionado e um pouco assustado,” declarou após o anúncio do vencedor. “Vejo isto como um prêmio à literatura que, acima de tudo, pretende ser literatura, sem outras considerações.“
Ilustração de Jon Fosse, o ganhador do Nobel de Literatura 2023. (Foto:Reprodução/Niklas Elmehed)
Outros Prêmios
Nesta época do ano em que estão sendo divulgados os vários Prêmios Nobel, vale também relembrar os antigos vencedores do Nobel de Literatura. Recentemente, foram:
- 2022: Annie Ernaux (França)
- 2021: Abdulrazak Gurnah (Tanzânia)
- 2020: Louise Glück (Estados Unidos)
- 2019: Peter Handke (Áustria)
- 2018: Olga Tokarczuk (Polônia)
- 2017: Kazuo Ishiguro (Reino Unido)
- 2016: Bob Dylan (Estados Unidos)
- 2015: Svetlana Alexievich (Belarus)
- 2014: Patrick Modiano (França)
- 2013: Alice Munro (Canadá)
Desde 1901, o Brasil ainda não ganhou um Prêmio Nobel da Literatura. Dados da Academia confirmam que Jorge Amado recebeu 11 nomeações, sendo o brasileiro que mais chegou perto de vencê-lo.
Foto: Escritor norueguês Jon Fosse. Reprodução/Tom A. Kolstad/fjordtours.com