No último sábado (12), uma jovem negra de 21 anos foi acusada de ter furtado uma blusa, por uma funcionária das Lojas Renner, do Madureira Shopping, localizado na Zona Norte do Rio de Janeiro. Em depoimento à polícia, a funcionária disse que fez uma abordagem após notar um “movimento” feito pela secretária Awdrey Ribeiro Screiter.
A vigilante contou aos investigadores que “desconfiou que se tratasse de uma peça da loja”, após ela “colocar uma roupa dentro da bolsa”.
No depoimento prestado, a vigilante de 51 anos afirmou que “procedeu uma abordagem indevida”. Ela relatou que “falou à Awdrey para pegar a blusa que tinha colocado no interior da sua bolsa”. Porém, viu que “não se tratava de uma peça da marca Renner, mas sim de outra marca”.
Ainda no termo declaratório, a funcionária negou que tenha empurrado a estudante para dentro da cabine, que tenha encostado ou jogado a bolsa de Awdrey no chão durante a abordagem.
No depoimento, a acusada falou “que no momento que viu a blusa, percebeu que não era da loja e imediatamente pediu desculpas”.
Ela afirmou que “não é procedimento da empresa fazer abordagens, mas em razão de uma interpretação equivocada, acabou agindo por impulso”. A vigilante negou que “essa peça que a cliente teria furtado da loja”, falando do casaco.
Awdrey (de camiseta verde), conversando com a funcionária, que está segurando seu casaco. (Foto: Reprodução/G1)
Ainda em seu depoimento à polícia, a vigilante disse que pediu desculpas a estudante. Porém, ela não aceitou e “começou a gritar e criar tumulto, incitou os outros clientes a filmarem e a tirarem fotos”. Ela contou também que a gerente da loja “tentou contornar o problema, mas não conseguiu”.
Em entrevista à TV Globo, a jovem falou após o episódio.
“A gente vê acontecendo com outras pessoas,, ficamos chateados, mas não imaginamos que vai acontecer com a gente. Estou muito chateada e abalada.”, contou.
Awdrey estava acusando a vigilante de calúnia, porém voltou a delegacia nesta segunda-feira (14) para fazer uma alteração na tipificação do seu caso, ela que o caso seja registrado como racismo.
Foto Destaque: Fachada de uma loja Renner. Reprodução/Suno