Justiça recusa pedido de prisão de agentes envolvidos no caso Heloísa

Alice Accioly Por Alice Accioly
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Nesta segunda-feira (18), a 1ª Vara Federal Criminal negou o pedido de prisão preventiva dos três policiais rodoviários federais, considerados pelo Ministério Público Federal (MPF) responsáveis por disparar o tiro que assassinou Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos. Atingida por um tiro na cabeça, Heloísa não resistiu aos ferimentos e morreu no último sábado (15).

Determinação judicial

Os agentes da PRF, apontados pelo MPF de abordarem e dispararem contra o carro que estava a menina, são Fabiano Menacho Ferreira, Matheus Domicioli Soares Viegas Pinheiro e Wesley Santos da Silva. O juiz decretou que os policiais deverão utilizar tornozeleiras eletrônicas por um período de 48 horas.

Os suspeitos ficaram proibidos de manter contato com os parentes da criança e de não se aproximarem do veículo, um Peugeot, que está na 48° DP (Seropédica) para passar por nova perícia. O juizado também determinou recolhimento domiciliar dos três suspeitos durante o período noturno.

No mesmo relatório do pedido de decretação da prisão preventiva dos três agentes rodoviários, o Ministério Público pontuou que, na noite do crime, 28 policiais foram até o Hospital Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, no município de Duque de Caxias, onde a vítima estava internada. Uma testemunha diz ter visto os agentes vasculhando e mexendo no carro que a menina de 3 anos foi baleada.

Como ocorreu o crime

Heloísa estava com seus pais, sua tia e irmã de oito anos no carro indo para casa, que fica em Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, na quinta-feira (7). Segundo parentes e testemunhas, uma viatura da PRF começou a seguir o carro da família, na altura do município de Seropédica, na Baixada Fluminense. Os policiais atiraram contra o veículo quando o pai da criança, William Silva, deu sinal de parada. De acordo com a equipe médica que atendeu a menina, Heloísa estava com várias perfurações por arma de fogo.  


Heloísa foi baleada durante abordagem policial. (Reprodução/O Globo/Arquivo Pessoal)


O agente Fabiano Menacho, em declaração à PF, admitiu ter atirado contra o automóvel que a família viajava e alegou ter escutado barulhos de tiro e, por isso, fez os disparos. A versão, porém, não bate com a do pai de Heloisa e de uma testemunha que presenciou a movimentação dos agentes. Os dois afirmaram que não houve nenhum som de tiro antes do policial disparar pela primeira vez.

 

Foto Destaque: Menina de 3 anos é morta durante abordagem de agentes rodoviários. Reprodução/Diario de Pernambuco/Arquivo Pessoal

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