Lago no Havaí fica rosa após seca extrema

Redação Por Redação
3 min de leitura

O Refúgio Nacional de Vida Selvagem de Kealia Pond, situado na ilha de Maui, Havaí, transformou-se em um cenário encantador, com suas águas adquirindo uma tonalidade rosa brilhante desde 30 de outubro. A elevação do teor de sal, resultado da seca extrema na região, revelou a presença de halobactérias, organismos unicelulares conhecidos por prosperar em ambientes altamente salinos, como o Mar Morto.

Enviadas à Universidade do Havaí, amostras de água confirmam a influência das halobactérias na coloração magenta do lago. Estas bactérias, consideradas extremófilas, demonstram uma notável capacidade de sobreviver em ambientes desafiadores, neste caso, em águas com o dobro da salinidade do oceano.


Refúgio Nacional de Vida Selvagem de Kealia Pond (Foto: reprodução/@traviskeahi_photos)


Níveis de salinidade ultrapassaram a normalidade

Embora o nome “Kealia” remeta à “incrustação de sal”, a salinidade do lago ultrapassou significativamente os níveis normais devido à intensificação da seca em Maui, uma ilha que enfrenta uma seca severa, conforme indicado pelo Monitor de Secas dos EUA. A área do refúgio, classificada como uma região de seca extrema, é a segunda pior na escala do monitor.

O riacho Waikapu, responsável por fornecer água das montanhas ocidentais de Maui para o lago Kealia, atravessa a zona de seca extrema. A escassez de água doce contribuiu para o aumento da concentração de sal, oferecendo um ambiente propício para as halobactérias vibrantes.


Refúgio Nacional de Vida Selvagem de Kealia Pond (Foto: reprodução/@traviskeahi_photos)


A situação se reflete na ilha de Maui como um todo, onde aproximadamente 90% do condado enfrenta no mínimo uma seca severa, agravada após um incêndio mortal em Lahaina, ocorrido em agosto. Os cientistas continuam a estudar os impactos da crise climática no Havaí, manifestando confiança de que a seca se intensificará à medida que as temperaturas globais aumentam, mesmo em regiões tropicais como esta.

Halobactérias prosperam em ambientes extremamente salinos

As halobactérias são organismos unicelulares classificados como arqueias, pertencentes ao reino Archaea. Elas são conhecidas por prosperar em ambientes extremamente salinos, como lagos salgados, salinas e até mesmo em locais como o Mar Morto. O termo “halo” refere-se a sal, indicando a afinidade dessas bactérias com altas concentrações de sal.

Essas bactérias são consideradas extremófilas, o que significa que têm a capacidade de viver em condições ambientais extremas que seriam desfavoráveis para a maioria dos outros organismos. No caso das halobactérias, sua notável resistência a ambientes altamente salinos, onde a salinidade pode ser muito superior à encontrada nos oceanos, destaca sua adaptação única. Elas desempenham um papel importante na decomposição da matéria orgânica em ambientes salinos e têm propriedades interessantes, incluindo pigmentos que podem conferir cores vibrantes, como o rosa observado no lago do Havaí.

 

Matéria por Karina Juliete (Lornea R7)

Foto Destaque: cor da água em refúgio de Maui (Reprodução/Instagram/@traviskeahi_photos)

Deixe um comentário

Deixe um comentário Cancelar resposta

Sair da versão mobile