Foi realizado neste sábado (11) um encontro na sede da Univaja, para discutir e combater os comentários do presidente Jair Bolsonaro a respeito do desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips. Caciques e as lideranças indígenas do Vale do Javari responsabilizam as políticas do governo atual pela falta de apoio nas buscas; o encontro contou com a presença dos líderes das etnias Marubo, Matís, Mayoruna, Kanamari e Kulina. Também foi comentado a falta de apoio da presidência da Funai, e por fim realizaram homenagem a Bruno.
A reunião serviu também para convocar os parentes a se esforçarem nas buscas por Dom e Bruno, no mesmo encontro foi discutido percurso de estratégias para manter a equipe de vigilância da Univaja em atividade.
Uma das lideranças pontuou fala de Bolsonaro e mostrou descontentamento com a posição do atual presidente.
Manifestantes em vigília em frente à sede da Funai. Foto/Estadão
“Bolsonaro fala que Bruno estava em uma ‘aventura’. Isso é uma coisa muito feia. Quem conhece o Bruno aqui sabe da importância que ele tem para nós e o quanto nos ajudou até agora”, afirmou líder de uma das etnias.
Outro ponto destacado foi o aumento de violência no Vale do Javari depois das invasões de pescadores e garimpeiros ilegais. Segundo as lideranças e os Caciques, agora é questão de “coragem” para manter a luta de Bruno a fim de proteger o território de maior concentração de povos indígenas do Brasil.
A reunião foi concluída com a convocação geral para realizar uma passeata nesta segunda-feira (13) nas ruas de Atalaia do Norte.
A Polícia Federal afirma ter encontrado “material orgânico, aparentemente humano” no Rio Itacoaí, próximo ao porto de Atalaia do Norte, último local onde Bruno e Dom foram vistos.
O material foi enviado para a perícia do Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal, de acordo com a própria PF.
Foto em Destaque: Bruno Pereira e Dom Phillips. Reprodução/ G1.
