Durante o período de convenções partidárias – que se encerra em cinco de agosto, sexta-feira – o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT) conseguiu fazer o maior número de alianças, aglutinando 7 legendas no seu bloco partidário, além do seu próprio partido, o Partido dos Trabalhadores. Enquanto isso, o presidente Jair Bolsonaro (PL) aglutinou apenas três partidos, contando com o Partido Liberal, seu atual partido. A aliança com partidos é importante para a disputa eleitoral, já que resulta em maior tempo de TV e rádio e em um maior fundo eleitoral à disposição do candidato.
O período de convenções partidárias ocorreu, nesse ano, de 20 de julho a 05 de agosto, com a possibilidade de serem realizadas presencialmente, virtualmente ou de forma híbrida. O candidato do PT terá, além do seu partido, o apoio do PSB, PSOL, Solidariedade, Rede, Avante, PCdoB e PV; as legendas elegeram, juntas, 130 deputados, 12 senadores e 8 governadores nas eleições de 2018. Já Bolsonaro, candidato à reeleição, terá apoio do PL, seu partido, e do Progressistas e Republicanos, partidos que fazem parte da bancada governista. Já o terceiro lugar na disputa, Ciro Gomes (PDT), não fez nenhuma associação com outros partidos.
Lula e seu vice, Alckmin, em convenção de lançamento de candidatura (Foto: Reprodução/Ricardo Stuckert)
É importante notar que desde o pleito presidencial de 2018, o maior tempo na TV e no rádio não tem o mesmo peso de antigamente, já que os partidos e candidatos estão logrando exposição mídiatica pela Internet e redes sociais, como foi o caso do atual presidente Bolsonaro, que marcou uma presença forte no âmbiente digital, e ainda marca especialmente no Twitter e Facebook, este em que ele realiza suas lives semanais.
No entanto, o professor da Fundação Dom Cabral, Bruno Carazza, alerta que tal fenômeno pode não se repetir em 2022: “As eleições de 2018 foram marcadas por vários processos, como os protestos de 2013, impeachment de Dilma, Lava Jato, que geraram forte sentimento antipolítica entre o eleitorado”.
Mesmo assim, há ainda o Fundo Eleitoral, em que quanto maior o bloco partidário, maior o acesso aos recursos. Estes são utilizados para financiar campanha e propaganda, digital ou física. Mesmo tendo o maior bloco partidário e estando em primeiro lugar nas pesquisas, a campanha de Lula tenta evitar o clima de “já ganhou”, pois leva em consideração que Bolsonaro, com menor tempo de mídia, conseguiu se eleger presidente mesmo em um partido pequeno. O PSL, que em 2018 conseguiu eleger 52 deputados federais, ante a um deputado federal em 2014; graças à onda bolsonarista.
Foto Destaque: Reprodução/Ricardo Stuckert e Isac Nóbrega/ PR