Mais de 1.200 corpos já foram identificados em Kiev, de acordo com autoridades locais

Diogo Nogueira Por Diogo Nogueira
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Como informou a Ucrânia, neste domingo (10), já foram descobertos mais de 1.200 corpos na capital Kiev, em resultado da guerra. Enquanto a ocupação russa vem sendo acusada de diversos atos contra os ucranianos, o bombardeio continua a artomentar, fazendo a região ser abandonada às pressas por seus habitantes.

Em Buzova, perto de Kiev, ocorreu um fato que serve de exemplo para responder como a guerra pode afetar os cidadãos em geral. Dois corpos com roupas civis foram idenficados em um poço, e assim que uma mulher se aproximou ela reconheceu um deles pelos sapatos. Chorando, a mulher disse “Meu filho, meu filho”.


Imagem registra mãe aos prantos após reconhecer o corpo de seu filho. (Foto: Reprodução/Reuters/Zohra Bensemra)


Os ataques aéreos e bombardeios são mantidos na Ucrânia. Na manhã deste domingo, pelo menos duas pessoas morreram em Kharkiv, a segunda maior cidade do país, e também em subúrbios, informou o governador regional Oleg Sinegoubov.

Uma chuva de mísseis destruiu o aeroporto local em Dnipro, uma cidade industrial de 1 milhão de habitantes, anunciaram as autoridades locais. O número de vítimas ainda não foi registrado.

Neste domingo, o papa Francisco pediu na Praça São Pedro uma “trégua de Páscoa para alcançar a paz, para pôr fim a uma guerra que todos os dias traz diante dos nossos olhos massacres hediondos e crueldades atrozes cometidas contra civis indefesos”. O Patriarca da Igreja Ortodoxa Russa Kirill, um dos apoios de governo para Vladimir Putin, pediu união em torno do Kremlin para combater os inimigos internos e externos da Rússia.

Enquanto a população da Ucrânia procura fuga para o leste do país, é na região de Kiev que os confrontos ganham tensão, com unidades russas e local de atrocidades cometidas contra a população civil, ocasionando mais buscas por corpos.

“Até o momento, temos 1.222 pessoas mortas apenas na região de Kiev”, informou a procuradora-geral Iryna Venedkitova ao canal britânico Sky News. Ela não especificou se os corpos eram todos civis, mas destacou 5,6 mil investigações abertas por supostos crimes de guerra desde o começo do confronto entre Rússia e Ucrânia, em 24 de fevereiro.

Venediktova declarou há uma semana atrás que 410 civis foram encontrados mortos após as forças russas se retiraram de posições que detinham na região de Kiev. A procuradora-geral sugeriu que era capaz de haver muitos corpos que ainda não tinham sido recolhidos e avaliados.

Mariupol

De acordo com a vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuck, 4.532 civis foram evacuados de áreas ameaçadas por conflito, sendo que 200 pessoas escaparam da cidade portuária de Mariupol (sul) e mais de mil fugiram das cidades da região de Lugansk, no leste.

À espera de um grande ataque russo, soldados ucranianos e integrantes da Defesa Territorial optaram pelo fortalecimento de suas posições na área rural de Barvinkove, ao leste do país, adaptando as estradas e instalando obstáculos antitanque em todos os cruzamentos.

Vladimir Putin, autor da tomada de decisão da guerra, reduziu seus planos diante da resistência demonstrada pela Ucrânia, porém definiu que quer conquistar sua vitória em Donbass antes do desfile militar de 9 de maio na Praça Vermelha.

Mais de 4,5 milhões de ucranianos abandonaram seu país desde que a invasão russa começou, como informa o Alto Comissariado para Refugiados (Ancur).

Foto em destaque: Procuradora-geral anuncia que já são mais de 1.200 corpos achados na capital da Ucrânia, Kiev. (Reprodução/REUTERS/ Alexander Ermochenko)

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