A morte do miliciano Matheus da Silva Rezende, 24 anos, provocou um grande caos na Zona Oeste do Rio de Janeiro na tarde desta segunda-feira (23). Pelo menos 30 ônibus foram queimados por criminosos na região e o trânsito ficou congestionado em diversos pontos da cidade.
O caos
Por volta das 16h50, a cidade do Rio de Janeiro entrou em estágio de mobilização. Segundo o Rio Ônibus, hoje (23) foi o dia com mais coletivos incendiados na história da cidade. Quem voltava do trabalho na parte da tarde, enfrentou as consequências de 58km de congestionamento por toda cidade, o dobro da média (29 km) das últimas três segundas-feiras.
Na Zona Oeste, 32 escolas públicas tiveram suas aulas suspensas. Em algumas instituições, os alunos e professores permaneceram nos colégios para se manterem em segurança.
Outros veículos, além dos ônibus, foram incendiados pela cidade, fechando várias vias em bairros como Campo Grande, Santa Cruz, Paciência, Guaratiba, Sepetiba, Cosmos, Recreio, Inhoaíba, Barra e Campinho.
Cerca de 32 ônibus foram incendiados nesta segunda-feira (23). (Reprodução/ CNN Brasil)
Quem era o miliciano
O protesto começou por conta da morte de Matheus, conhecido como Teteu ou Faustão. O jovem era sobrinho do miliciano Zinho e morreu, em uma troca de tiros com a Polícia Civil na comunidade Três Pontes, em Santa Cruz, nesta segunda-feira. Segundo a polícia, o sobrinho de Zinho era apontado como o número 2 na hierarquia da milícia da Zona Oeste do Rio de Janeiro. Nesse mesmo tiroteio, um menino de 10 anos foi atingido de raspão, segundo familiares. Ele foi levado para a UPA de Paciência, e voltou para casa depois do atendimento.
Teteu é o terceiro miliciano da família a morrer em confrontos com a Polícia Civil. Em 2017, seu tio Carlos Alexandre da Silva Braga, o Carlinhos Três Pontes, morreu durante uma operação da Delegacia de Homicídios da Capital. Em 2021, um outro tio, Wellington da Silva Braga, o Ecko, morreu após reagir ao mandado de prisão em Paciência, Zona Oeste do Rio. Depois da morte de Ecko, seu irmão, Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho, assumiu a maior milícia do Rio.
Foto destaque: Diversos ônibus são incendiados na Zona Oeste do Rio de Janeiro. (Reprodução/GloboNews)