Mais de 300 donos de terras são suspeitos de desmatamento ilegal no Tocantins

Sabrina Cumming Por Sabrina Cumming
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O Ministério Público do Tocantins abriu uma investigação contra mais de 300 donos de terras que são suspeitos de desmatamento ilegal. De acordo com um relatório do Ministério Público do Estado, oito a cada dez donos de terra, que desmataram no Tocantins no ano passado, não tinham autorização para fazer isso.

Essa conclusão só foi possível com o uso de ferramentas de geotecnologia. Os técnicos compararam alertas de satélites do Map Biomas sobre onde há desmatamento com dados de cadastros rurais que indicam a localização das fazendas e utilizaram também sistemas dos órgãos ambientais que mostram em quais locais o desmatamento é autorizado.

A gente então faz o cruzamento com várias outras informações de outras instituições. Do Ibama, do órgão ambiental o Naturatins, então a gente vai fazendo um filtro e vamos, digamos assim, limpando essa informação”, diz o biólogo Marlon Rodrigues.

Com as informações dos satélites, é possível saber quando e onde houve o desmatamento, além de identificar o proprietário da território e fazer um comparativo sobre como eram as imagens da área a ser fiscalizada e como estão agora.

É a mesma coisa de uma foto de uma placa de carro de alguém que avança o sinal e tem ali um radar identificando”, relata o procurador de Justiça e coordenador do Caoma, José Maria da Silva Júnior.


Visão áerea do desmatamento. (Foto: Reprodução/ G1)


Em 309 propriedades monitoradas, as áreas desmatadas são maiores do que 20 hectares. Por conta do tamanho das devastações, essas localidades se tornaram alvo de investigação.

Nós separamos as principais propriedades por atividades. Aquelas que a gente entende que têm maiores desmatamentos e maior repercussão no meio ambiente e a gente. No final, se não houver um acordo com os produtores rurais ou com o produtor rural a gente amplifica a nossa atuação, a gente fiscaliza as propriedades in loco e a gente acaba proposto ações criminais ou ações cíveis que têm uma repercussão muito danosa também para o produtor”, explica Francisco Brandes Júnior, promotor de Justiça Regional Ambiental do Médio Araguaia.

O levantamento é inédito e levou cinco meses para ficar pronto. O plano do MP do Tocantins agora é reduzir o prazo para elaboração desse estudo. “A ideia é que a gente consiga fazer isso mensalmente ou até semanalmente, esse é o nosso objetivo”, finaliza José Maria.

Foto em destaque: Área verde do Estado do Tocantins. Reprodução/Divulgação

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