Manifestações pró-Palestina e contra Israel ocorrem ao redor do mundo

Alexandre Kenzo Por Alexandre Kenzo
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Nesta sexta-feira (13) realizaram-se ao redor do mundo uma série de manifestações – no Líbano, Turquia, Iêmen, Jordânia, Irã, e África do Sul – contra o bombardeio promovido por Israel na região de Gaza. Tratou-se de uma ofensiva iniciada em retaliação a um ataque do grupo terrorista Hamas no sábado (7).

Hoje a guerra entra no seu sétimo dia, contabilizando um total de 2,8 mil mortos, sendo 1,5 mil palestinos e 1,3 mil israelenses. De repercussão mundial, o conflito se soma à Guerra Russo-Ucraniâna em uma série recente de explosões de tensões históricas, culminando em disputas territoriais que invocam manifestações por todo o planeta.

São movimentações políticas e ativistas que ocorrem simultaneamente a uma evacuação de Gaza em decorrência de um aviso emitido pelo exército de Israel, pedindo que os moradores deixassem suas casas em até 24 horas, prazo que termina às 18h desta sexta pelo horário de Brasília. Isso deve contribuir ao número de desabrigados, que no momento é mais de 340 mil, e aumentar o número de refugiados.


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Distinção entre Palestina e Hamas

É importante sempre diferenciar os termos: no caso, as manifestações apresentadas são em favor da Palestina, e não do grupo terrorista Hamas.

Enquanto que os palestinos são um grande povo árabe, maioria muçulmano, o Hamas é um grupo relativamente muito menor, considerado terrorista pelos Estados Unidos e Reino Unido, que controla a Faixa de Gaza desde 2006 e busca de fato a extinção do Estado de Israel, empregando as medidas terroristas já vistas, chegando até à tomada de reféns. São grupos diferentes, apenas um sendo de fato radical, o que dificulta ainda mais o entendimento do conflito.

Condenar a Palestina inteira por causa de Hamas seria o equivalente a julgar um país como o Brasil apenas observando um dos seus partidos políticos, ou afirmar que todo afegão é membro da Al-Qaeda.

Conflito religioso e histórico

A violência atual parte de tensões históricas que vem se acumulando na região há mais de 70 anos, quando a decisão da Organização das Nações Unidas (ONU) em 1947 favoreceu os judeus com a criação do estado de Israel, o que levou ao início do conflito, que se agravou com o passar dos anos em especial na Faixa de Gaza.

Com o passar dos anos houve novos desenvolvimentos – como o reconhecimento em 2012 pela ONU da Palestina como um Estado-Observador permanente – mas no geral o conflito sempre foi controverso internacionalmente devido ao seu teor religioso (envolvendo uma disputa não só territorial mas também teológica entre judeus e muçulmanos) e por vezes até a associação de qualquer crítica a Israel com o antisemitismo, especialmente com o contexto histórico do fim da Segunda Guerra Mundial e do Holocausto em 1945.

No entanto, tanto como é importante reconhecer que Palestina e Hamas são grupos diferentes, Israel e os judeus também não podem ser tidos como sinônimos. É possível apontar como válidas algumas das críticas levantadas a Binyamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel cujo novo governo (2022) discursa abertamente sobre a anexação de territórios palestinos. É sob esse viés que as manifestações ocorridas de Líbano à Turquia, da Jordânia ao Irã, encontram o seu ativismo.

Foto Destaque: Protesto contra Israel no Líbano. Reprodução/Zohra Bensemra/REUTERS

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