Mauro Cid presta novo testemunho sobre joias sauditas e reitera que Bolsonaro buscava recuperar conjunto de objetos

Kais Husein Por Kais Husein
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Mauro Cid, ex-auxiliar de confiança do ex-presidente Jair Bolsonaro, testemunhou hoje (1º) perante a Controladoria-Geral da União (CGU), abordando o assunto relacionado às joias sauditas.

Mauro Cid, agindo como testemunha e não como investigado, respondeu às perguntas de maneira consistente com seu depoimento anterior à Polícia Federal.


Bolsonaro e seu então ajudante de ordens Mauro Cid em 2019 (Foto: Adriano Machado/Reuters)


Conforme relatado por Cid, em meados de dezembro de 2022, Bolsonaro o informou sobre a existência de um presente retido pela Receita Federal e solicitou que ele verificasse a viabilidade de regularizar os itens.

Segundo o relato de Cid, não houve uma ordem expressa do ex-presidente para recuperar o presente, mas sim uma solicitação.

O ex-auxiliar de ordens relatou que, posteriormente, entrou em contato com Júlio César Vieira Gomes, que na época era secretário especial da Receita.

Gomes confirmou a existência de um pacote retido e informou que já havia um pedido de liberação dos itens, datado de novembro de 2021, em nome do ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.

Cid afirmou que Júlio César o instruiu sobre os procedimentos necessários para elaborar o documento a ser enviado à Receita, a fim de solicitar a retirada do presente retido.

Conforme relatado pelo ex-ajudante de ordens, a maior parte das negociações ocorreu por meio do aplicativo de mensagens WhatsApp.

De acordo com Cid, essa foi a primeira vez em que a ajudância de ordens contatou a Receita Federal para solicitar a incorporação de bens ao ex-presidente.

Mauro Cid já forneceu seu depoimento anteriormente em relação ao caso das joias sauditas em 5 de abril. Naquela ocasião, ele afirmou à Polícia Federal que procurar presentes recebidos pelo presidente era uma prática “normal” e “rotineira” na função de ajudante de ordens.

O primeiro depoimento do coronel Cid teve duração de três horas e é considerado crucial para a investigação em andamento pela Polícia Federal sobre a entrada ilegal no Brasil de joias presenteadas pelo governo saudita. Sua importância reside no fato de que o militar desempenhava um papel de confiança como braço direito de Bolsonaro, encarregado de cumprir suas ordens.

 

Foto: Mauro Cid ao lado do ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro – foto: Poder 360

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