Médico é preso suspeito de manter paciente em cárcere privado por quase 2 meses

Edson Barbosa Por Edson Barbosa
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Agentes da Delegacia de Atendimento à Mulher de Duque de Caxias (Deam-Caxias) prenderam, no início da tarde desta segunda-feira (18), um médico suspeito de manter uma paciente em cárcere privado em um hospital particular na Baixada Fluminense.

O cirurgião-plástico equatoriano Bolívar Guerrero foi detido no centro cirúrgico. Após investigações, foi descoberto que hospital impediu que mulher fosse transferida e dificultou a entrada de policiais na unidade, depois que a tia da paciente fez a denúncia. O hospital chegou a dizer que acusações são ‘infundadas‘ e que médico não é sócio.

Além de prender o cirurgião, os policiais também foram à unidade de saúde para resgatar a mulher. A família dela disse à polícia que a paciente estava sendo mantida em cárcere privado há quase dois meses, desde que um procedimento estético na barriga deu errado.

Agora a polícia está investigando a denúncia de que o médico e sua equipe estariam impedindo que a mulher fosse transferida para outra unidade de saúde. Ao ser levado pela polícia, o médico não quis comentar quando foi questionado por equipes de reportagem que estavam no local.



Médico é preso por suspeita de manter paciente em cárcere privado no RJ. (Foto: Reprodução/Instagram)


A equipe que trabalha com o cirurgião plástico chegou a fazer uma postagem em uma de suas redes sociais e negaram que o médico estivesse mantendo a paciente em cárcere privado. Segundo a publicação, Bolívar topou liberar a paciente, desde que ela assinasse um documento se responsabilizando por qualquer problema após a liberação.

Sobre o pedido de socorro

A tia da paciente disse que na última semana procurou a Deam-Caxias para relatar o que estava acontecendo. A vítima se submeteu a uma abdominoplastia no início de março. Em junho, ela voltou para se submeter a mais três intervenções. Só que algo deu errado no procedimento e, de acordo com parentes, a cirurgia teve complicações, a ponto de a barriga ficar necrosada.

A polícia requisitou no mesmo dia o prontuário da paciente e o relatório médico. Até esta segunda, a documentação ainda não tinha sido entregue.

Os agentes agora estão investigando a denúncia de que o médico juntamente com sua equipe estariam impedindo que a mulher fosse transferida para outra unidade de saúde.

Os investigadores descobriram que o médico envolvido atende em uma clínica de cirurgia plástica e faz cirurgias no hospital. Ele também é um dos administradores de outra unidade particular. No mesmo dia da denúncia da tia, a polícia requisitou o prontuário da paciente e o relatório médico. Até esta segunda, a documentação ainda não tinha sido entregue.

Os agentes da Deam-Caxias correram para o hospital e foram recebidos pela advogada da unidade médica, que disse que eles não poderiam falar com a vítima porque ela estava sedada. Mesmo assim, a polícia entrou e localizou a mulher, que chorava muito. Em nota enviada pela assessoria de imprensa, o hospital nega as acusações. 

Veja abaixo um trecho da nota

“O dr. Bolivar foi prestar um depoimento na delegacia. Ele não estava mantendo paciente nenhuma em cárcere privado. Ela estava fazendo curativo e sendo assistida no hospital dele por ele. Porém ela queria ser liberada sem ter terminado o tratamento e ele como médico seria imprudente de liberá-la. Ele disse que poderia liberá-la se ela assinasse a alta à revelia (documento ao qual a paciente se responsabiliza por qualquer coisa que acontecer após sua liberação) e ela não quis assinar. Ele disse que liberaria somente se ela assinasse. Como ela não assinou ele não liberava. O intuito dele é prestar toda assistência a paciente até ela está recuperada”, dizia a publicação.

Foto Destaque: Reprodução/TV Globo

 

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