Em mais um período de comemoração natalina, muitas famílias ao redor do mundo que planejam suas festas enfrentam, mais uma vez, uma realidade dura. Os alimentos tradicionais, em especial aqueles vendidos por um curto período em um ano normal, estão mais caros em 2021. Isso se ainda estão disponíveis.
Segundo o diretor sênior de crédito institucional da AgAmerica Lending, Curt Covington, que concede empréstimos agricultores, “Você pode conseguir trocar algumas coisas; em vez de peru ou bife caro, pode considerar algo mais barato para o jantar”. Quando se trata da mesa em festas de fim de ano, não há escapatória: tudo será mais caro.
O grande salto dos preços de alimentos pode ofuscar as festividade no fim do ano, principalmente em países como China, Brasil, Reino Unido, Romênia e os Estados Unidos. Mesmo com a expectativa das famílias em retornar ao normal, as cadeias de suprimentos que cedem ao peso da escassez generalizada de trabalhadores e de pressão contínua da covid-19, torna-se difícil alimentar as famílias nesta temporada de festas.
O Cenário no Brasil
Magra. Esta é a palavra que descreve a ceia de Natal da família de Fátima Santos. Segundo a cabeleireira desempregada, de 41 anos, nem peru, nem bacalhau serão servidos neste anos. “Ovo é o novo bife da nossa casa. Até o arroz e feijão estão supercaros”. Com a alta dos preços da carne, esse prato será mais comum nas ceias dos brasileiros.
Mesmo o Brasil sendo um dos maiores produtores do mundo de commodities agrícolas, a crescente demanda no exterior e a alta do dólar tornam as exportações mais rentáveis, fazendo com que menos alimentos sejam produzidos no país no mercado interno.
Alta dos preços deixa a ceia de Natal mais modesta. (Foto: Reprodução/Tânia Rêgo/Agência Brasil)
Com o clima extremo neste ano, em simultâneo, trouxe prejuízos às safras do país e acelerou a inflação. A FGV (Fundação Getulio Vargas) calcula e mostra que os preços da carne bovina subiram cerca de 15% nos últimos 12 meses, e os custos do frango avançaram mais de 20%.
Para que as famílias possam fugir da inflação, a rede de supermercados Zona Sul oferece mais produtos locais. Como alternativa ao bacalhau da Noruega, a rede está vendendo pirarucu por metade do preço.
Enfrentando atrasos nas importações de vinhos e espumantes devido à escassez de contêineres, a rede ofereceu descontos para as marcas locais.
“À medida que o poder de compra diminui, as pessoas buscam marcas secundárias”, explica Pietrangelo Leta, diretor-executivo da rede.
Priscila Santana, chef, vende rabanadas na época das festas. Contudo, teve de aumentar os preços em mais de 10% este ano devido aos custos crescentes do leite, pão e ovos, além do combustível para o transporte.
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Ela observa a demanda ainda menor, ainda que aceite cartões de crédito, vale-alimentação e inicie as vendas com semanas de antecedência no início deste ano. “Espero vender 20% menos neste ano. Alguns de meus clientes tiveram de desistir das rabanadas para comprar quentinhas para o almoço.”
Foto destaque: Reprodução/Bloomberg/Exame