México chega a acordo para lidar com a imigração ilegal nas fronteiras

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O México chegou a um acordo com os Estados Unidos na última segunda-feira (25) visando combater a imigração através da fronteira entre os dois países. O país latino-americano se comprometeu a deportar pessoas de outros países, que viajavam para o México com o foco em atravessar a fronteira e assim chegar aos Estados Unidos.

O acordo

Os governos vizinhos chegaram a um acordo que afetará imigrantes sem documentos das suas cidades fronteiriças. Esses cidadãos serão deportados para os seus países de origem. Além disso, os imigrantes serão proibidos de utilizar o sistema ferroviário para chegar até a fronteira.

Esse tratado ocorreu graças ao aumento de travessias de imigrantes sem documentos na fronteira sul dos Estados Unidos. Nas últimas semanas, essa quantia aumentou para 8.000 detenções nas fronteiras em apenas um dia, número semelhante a média que existia antes do fim do Título 42, em 11 de maio. O número de prisões chegava a 3.500 por dia, desde então.

A ideia é lidar com as cidades do norte do México, que fazem com El Paso e Eagle Pass, no Texas, e San Diego, na Califórnia.


Grupo com milhares de imigrantes ilegais na fronteira entre México e Estados Unidos (Foto: Reprodução/X/@politicaegeo)


Migração legal

O governo estadunidense produziu uma série de medidas que permitiam a migração legal. Através do aplicativo CBPOne, lançado em 2020, é possível avisar a travessia com antecedência, além da criação de centros de imigrantes em alguns países do Hemisfério Ocidental, onde os imigrantes podem solicitar vistos.

O grande problema são os contrabandistas, que através da desinformação, influenciaram as imigrações ilegais. Dessa forma, os dois governos também têm, como foco, convencer os imigrantes a não arriscarem suas vidas no sistema ferroviário. Essa ação conta com a colaboração entre a Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP), dos Estados Unidos, e a Ferromex, do México.

Reação

A decisão foi vista com maus olhos por representantes de movimentos migratórios. Na visão de Nicole Elizabeth Ramos, diretora do projeto de direitos fronteiriços do Al Otro Lado, o anúncio desse acordo é só mais um exemplo de que os Estados Unidos estão tentando jogar o trabalho sujo para o governo mexicano. Segundo Nicole, isso afetará pessoas que lutam para sobreviver, incluindo famílias latinas que fogem de perseguições e não podem contar com a ajuda do governo mexicano.

Melina Roche, diretora da campanha #WelcomeWithDignity, aponta que a imigração é uma necessidade, e não uma escolha, além de afirmar que esse tipo de política não funcionará.

Outra declaração, feita por Vicki Gass, diretora-executiva do Grupo de Trabalho Latino-Americano, menciona os compromissos que ambos os países assumiram na Declaração de Los Angeles da Cúpula das Américas, em junho de 2022. No caso, seriam abordagens humanitárias em relação à imigração. Vicki apontou que os Estados Unidos devem restaurar o direito legal ao asilo, enquanto estudam os motivos dessas imigrações, tendo a pobreza, a corrupção, seguida da impunidade e as alterações climáticas, como exemplos.

No geral, os grupos que foram contrários a decisão, pediram para que o governo estadunidense, além do que já foi mencionado, aumente a capacidade de triagem para aqueles que solicitam asilo, além de ajudar financeiramente governos locais e organizações comunitárias que prestam serviço a essas pessoas.

 

Foto destaque: Bandeiras do México e dos Estados Unidos. Reprodução/X/@Mr_Kinnie

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