Militares suspeitos por furto de armas do Exército são identificados

Laura Azevedo Borin Por Laura Azevedo Borin
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O Exército Brasileiro identificou os militares suspeitos de facilitar o desaparecimento de 21 metralhadoras de grosso calibre em seu quartel militar localizado em Barueri, São Paulo. As investigações militares estão reduzindo os possíveis envolvidos no sumiço das armas, responsabilizando todos os militares encarregados de fiscalização e controle, que enfrentarão punições disciplinares. A expectativa é que essas medidas sejam implementadas em breve.

Os militares identificados já receberam os formulários de apuração de transgressão para que possam se defender de suas acusações. Além disso, estão em andamento outras diligências para apurar responsabilidades, aplicar punições aos envolvidos e recuperar as armas desaparecidas.

A investigação se concentra na participação de três militares na separação das armas no galpão de descarte, transporte das metralhadoras em um veículo já definido e no deslocamento até o local de entrega. Há suspeitas de que esses indivíduos tenham sido associados pelo crime organizado.


Desfile cívico militar em Barueri. (Foto: Reprodução/ Poder 360)


Detalhes do furto

O Exército anunciou, em 13 de outubro, o furto das metralhadoras de grosso calibre em sua base militar de Barueri. Durante uma inspeção realizada em 10 de outubro no Arsenal de Guerra, os militares constataram o desaparecimento de 13 metralhadoras calibre .50 e 8 metralhadoras calibre 7.62. Essas armas são conhecidas por seu poder de fogo e alcance, capazes até de abater aeronaves.

De acordo com as investigações da Polícia Civil do Rio de Janeiro, parte das metralhadoras foi oferecida à maior facção criminosa do estado, com um valor de venda de R$180.000 cada. Para contextualizar, o Instituto Sou da Paz informa que, entre janeiro de 2015 e março de 2020, 27 armas do Exército foram roubadas, furtadas ou desviadas no Brasil.

Gravidade do desvio

Bruno Langeani, gerente da área de Sistema de Justiça e Segurança do Sou da Paz, destacou a gravidade do desvio, lembrando que o último incidente significativo ocorreu em 2009, quando sete fuzis 7.62 foram desviados de um batalhão em Caçapava, também em São Paulo. Dessa vez, a situação é ainda mais séria, não apenas devido à quantidade de armas roubadas de uma só vez, mas também pela potência dessas armas.

Foto destaque: Fachado do Exército de Barueri. Reprodução/Estadão

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