Nesta sexta-feira (7), o Ministério da Saúde anunciou que irá realizar a substituição, de forma gradual, da vacina oral pela versão injetável no combate a poliomielite a partir de 2024. A vacina inativada (VIP) injetável faz uso do vírus “morto”. De acordo com o Ministério, essa mudança em relação ao tipo de vacina passou por amplo debate e pela aprovação da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI).
Além disso, a mudança acontece em razão das mais recentes evidências científicas no combate à doença. O anúncio da nova forma de vacinação contra Poliomielite foi feito em coletiva de imprensa realizada na cidade do Rio de Janeiro, onde estiveram presentes representantes da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Ainda de acordo com a pasta, a mudança tem por base critérios epidemiológicos, além de recomendações internacionais.
Criança recebendo dose da vacina contra poliomielite.( Foto Reprodução/Pixabay)
O que é a Poliomielite?
Também chamada de Paralisia Infantil, a Poliomielite é uma doença infectocontagiosa, transmitida também por vírus. Ela se caracteriza por um quadro de paralisia flácida. A poliomielite afeta membros inferiores, tendo como principal característica a flacidez muscular.
No Brasil, tem havido baixa cobertura nos últimos anos e isso tem preocupado os especialistas, em virtude do risco de volta da doença infectocontagiosa. Desde 2016 o Brasil não consegue alcançar a faixa considerada “ideal” para a terceira dose da vacina, de acordo com informações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo o Ministério da Saúde, a cobertura ficou em 77,19% no ano passado, em todo o país, ou seja, longe da meta de 95% para este tipo de vacina.
Como será a nova vacina?
A forma VIP é aplicada aos 2, 4 e 6 meses de vida, de acordo com Calendário Nacional de Vacinação. No entanto, a indicação da CTA é que o Brasil adote outros critérios. O esquema será da seguinte forma: Adoção exclusiva da forma injetável como reforço aos 15 meses de idade, substituindo a forma oral.
Já no primeiro semestre de 2024, crianças que completarem três primeiras doses da vacina, passam a receber somente um reforço com a injetável aos 15 meses. Após isso, deve ocorrer a eliminação da dose de reforço aos 4 anos. Assim, o esquema de vacinação de quatro doses garante proteção, tornando desnecessária a dose de reforço aos 4 anos.
Foto Destaque: Personagem Zé Gotinha. Reprodução/Pixabay.