Ministério público da França não pedirá condenação de Airbus e Air France por queda de avião

Sergio Gelio Por Sergio Gelio
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Nesta quarta-feira, o Ministério Público da França anunciou que não pedirá a condenação da Airbus e da Air France pela queda do avião que fazia o voo AF447. Ele saía do Rio em direção a Paris. A queda aconteceu no dia 1 de junho de 2009 e 228 pessoas morreram. O promotor do caso entende que a culpa das empresas não pôde ser comprovada.

O julgamento durou oito semanas e teve seus últimos argumentos nesta quarta.Sabemos que esta posição muito provavelmente será inaudível às partes civis, mas não estamos em condições de solicitar a condenação da Air France e da Airbus”, disse o promotor.

No acidente, o avião caiu no Oceano Atlântico quase quatro horas depois de sair do Rio de Janeiro com direção a Paris. Todos os 216 passageiros e 12 tripulantes morreram na queda. As duas empresas que afirmam não ter havido falha, terão de pagar uma multa de 225 mil euros cada. O caso foi arquivado em 2019, mas o sindicato dos pilotos e os familiares das vítimas apelaram. Em maio de 2021, o julgamento por homicídio doloso iniciou.


Airbus A330 (Foto: Reprodução/Air France)


“Este trágico acidente foi, sobretudo, uma tragédia humana que marcou para sempre os familiares das vítimas”, disse mais cedo a promotora Marie Duffourc no Tribunal Correcional de Paris.

A perícia analisou que o congelamento das sondas de velocidade Pitot alterou as medições de velocidade do avião, o que fez com que os pilotos perdessem o controle do avião. A Air France é acusada de não ter implementado o treinamento adaptado para que os pilotos pudessem reagir às falhas da maneira correta. Enquanto isso, o tribunal de apelação afirma que a Airbus subestimou a gravidade das falhas das sondas.

O promotor Arnaudin entendeu que, naquele momento, “Havia por um lado a impossibilidade técnica de compreender este fenômeno de formação de gelo e, por outro lado, de determinar com certeza qual sonda deveria ser utilizada”. E concluiu “é claro que diante dos dados científicos da época, nenhuma culpa criminal me parece suscetível de ser retida”.

As sondas Pitot passaram por diversos problemas antes do acidente. A fatalidade foi um estopim para uma mudança geral no uso da tecnologia na aviação e no treinamento das tripulações.

 

Foto destaque: Destroços do voo AF447. Reprodução/Marinha do Brasil

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