Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva pensa em criar políticas públicas para prevenir desastres naturais

Cris Silva Por Cris Silva
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Marina Silva, ministra do Meio Ambiente no governo Lula (PT), quer criar políticas públicas de prevenção a desastres naturais no Brasil. Durante entrevista cedida ao BandNews TV, ela falou com detalhes sobre os planos futuros de questões ambientais e urbanísticas no Brasil, especialmente após as chuvas torrenciais responsáveis por devastar diversas cidades no litoral de São Paulo.

“Em função da crise ambiental global pelo aquecimento do planeta, nós temos uma mudança na regularidade do sistema de chuvas em várias regiões do nosso país. Tem um problema de natureza social porque as pessoas mais pobres são aquelas que ficam nas áreas mais vulneráveis das encostas, das áreas de preservação permanente ao longo dos córregos e rios que são áreas muito sensíveis ou a enchentes ou a deslizamentos. Então, temos dois componentes que são vetores dessas tragédias”, disse Marina.

De acordo com a ministra, o recurso mal utilizado junto com a falta de um investimento certo ou até mesmo a atenção certa, se dá pela “falta de visão política, que há muitos anos a ciência ou ambientalistas vem dizendo que isso iria acontecer”. Completando: “Os investimentos certos precisarão ser feitos porque nós temos a emergência quando ela tá acontecendo que o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) notifica os estados e municípios, mas o evento climático extremo já está em andamento e nós poderemos ter ações preventivas que devem ser feitas ao longo dos anos a partir de agora”.



Marina Silva em entrevista para a BandNews TV (Vídeo: Reprodução/Youtube)


 O novo Governo

Já foi liberado pelo governo federal, cerca de R$ 7 milhões em ajuda humanitária para todas as cidades que foram assoladas pelas chuvas no litoral de São Paulo, ocorridas em novembro entre os dias 18 e 19. Na entrevista, Marina ressaltou que os governos estão trabalhando em conjunto. 

No entanto, ela chama atenção para uma “emergência antecipada”, visando com isso manter recursos permanentes que facilitem as intervenções prolongadas que acontecem durante a remoção da população de encostas, na recuperação de áreas já arruinadas e desmatadas. “Isso facilita ainda mais os deslizamentos e ter uma ação ao longo do tempo para que esses efeitos sejam minorados é o que a gente chama de adaptação”, pontuou.

No entender da ministra, a intensidade das chuvas que aconteceram em dois dias, o que seria equivalente para chover em dois meses, faz com que o solo não consiga suportar tanta água, em virtude disso é necessário ter uma agenda fixa e contínua para se adaptar a essa realidade. Em sua opinião, ela defende a tese da população entender e ter noção de que o risco climático fará parte da vida.

Foto destaque: Marina Silva visitou alguns lugares vitimados pela chuva com o Governador de São Paulo, Tarcísio. Reprodução/Twitter/Prefeitura São Sebastião

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