Moradores dos morros do Pacheco e São Bento vivem trauma de tragédia

Sergio Gelio Por Sergio Gelio
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Três anos após um forte temporal ter atingido a Baixada Santista, no litoral de São Paulo, o G1 entrevistou moradores dos morros do Pacheco e São Bento, em Santos, que sofreram com as consequências da tragédia. Joselito Ferreira Cardoso, de 39 anos, que vive no Morro do Pacheco, afirmou que a prefeitura fez apenas algumas melhorias nas escadarias e nenhuma obra de contenção foi executada desde a tragédia. Segundo ele, os moradores vivem apreensivos e não conseguem dormir com medo das chuvas, que recentemente provocaram uma queda de barreira. Nem os escombros da tragédia foram retirados do local. A prioridade para os moradores é a realização da obra de contenção.

Já Beatriz Neves, de 24 anos, moradora do Morro São Bento, afirmou que muitas reformas foram realizadas desde a tragédia, principalmente na descida do Fontana, na Avenida Nossa Senhora do Monte Serrat, e na subida da Avenida São Cristovão. Durante a forte chuva do último final de semana, Beatriz disse que não estava na cidade, mas não se preocupou porque a casa dela tem fundações firmes.


Morro do São Bento (Foto: Reprodução/Juliane Teixeira


A Prefeitura de Santos está realizando medidas preventivas nos morros da cidade, além de uma intensificação no trabalho de orientação e fiscalização por parte da Defesa Civil municipal. Desde março de 2020, várias obras foram realizadas em todos os morros, inclusive no São Bento e Pacheco, sendo que no ano passado foram investidos R$ 97,5 milhões em obras de contenção de encostas, drenagem, zeladoria e acessibilidade.

Em Santos, está em vigor o Plano Preventivo da Defesa Civil (PPDC), que visa instruir moradores das áreas de risco sobre deslizamentos de terra, além de avaliar as condições dos morros da cidade. O objetivo do plano é verificar a segurança dos 17 morros santistas no período com maior frequência e volume de chuvas, sendo que o município conta com 11 mil moradias em estado de observação, sendo 6 mil de baixo e médio risco para deslizamento, 4 mil avaliadas de alto risco, além de outras 1.100 consideradas de altíssimo risco.

Foto destaque: Morro do Pacheco. Reprodução/Gazeta do Povo

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