Os moradores de Teolândia, cidade no interior da Bahia, protestaram contra o cancelamento do Festival da Banana na tarde de sexta-feira (3). A decisão ocorreu após pedido do Ministério Público da Bahia (MP-BA) já que o município está em estado de emergência após as fortes chuvas que atingiram o estado no fim de 2021.
O Festival da Banana foi cancelado após decisão da Justiça. O evento contaria com 28 atrações, com gasto de R$ 2 milhões, o equivalente a 40% do dinheiro gasto com saúde no município em 2021. O cantor Gusttavo Lima seria uma das atrações do festival e receberia mais de R$ 700 mil.
O protesto foi feito com pneus queimados, fechando um trecho da BR-101. Nas redes sociais, um homem não identificado, afirmou que o festival geraria mais de 200 empregos diretos e cerca de 500 indiretos. Moradores e trabalhadores alegam que investiram muito dinheiro pensando no evento.
Uma moradora diz que já tinha comprado os materiais para fazer as comidas que seriam vendidas no período da festa, e o barraqueiro Natanael Tan não sabe o que irá fazer com o dinheiro que investiu na festa, “Eu que ‘sou pequeno’ estou gastando mais de R$ 5 mil e tem pessoas que estão gastando muito mais que isso. O problema é que, em cima da hora, vamos fazer o que?”, desabafou.
Em entrevista à TV Santa Cruz, filiada da Globo no sul da Bahia, a autônoma Ariane Rodrigues explicou os motivos que a fazem discordar da decisão, “Todo mundo investiu altíssimo em salão de beleza, roupa, barracas”, afirma a moradora.
O valor do festival se aproxima dos cerca de R$ 2,3 milhões destinados pelo governo federal à prefeitura de Teolândia, por causa da emergência das chuvas, em dezembro do ano passado.
Segundo a Polícia Rodoviária federal, às 17h a rodovia já havia sido liberada. A PRF está no local e espera a limpeza da via pela prefeitura da cidade.
A prefeitura ainda não se manifestou sobre a decisão judicial.
Justiça suspende ‘Festival da Banana’
O Ministério Público da Bahia ajuizou ação civil pública para impedir a realização da XVI Festa da Banana que estava prevista para acontecer entre os dias 4 e 13 de junho na cidade de Teolândia, região sul do estado.
Segundo a promotora de Justiça Rita de Cássia Pires Bezerra Cavalcanti, o motivo para não realização do festejo é devido o estado de emergência que o Município se encontra desde quando foi decretado, em 26 de dezembro de 2021, estado de emergência para fazer frente às consequências das fortes chuvas que castigaram o município, por meio da promoção de ações humanitárias e de saúde. Ela ainda ressaltou ainda que as despesas para o evento seriam superiores a 40% de todo o gasto com saúde realizado em Teolândia em todo o ano de 2021.
Caso a festa fosse permitida, a cidade teria um gasto de aproximadamente R$ 2,3 milhões recebidos pela prefeitura, vindos do Governo Federal.
De acordo com informações do site Correio 24 horas, na ação, ajuizada na última quinta-feira (2), a promotora de Justiça Rita de Cássia Pires Bezerra Cavalcanti solicita à Justiça que proíba, em decisão liminar, o município de realizar repasses a 11 produtoras de eventos já contratadas e a 28 atrações artísticas anunciadas na programação da festa. Além disso, pede proibição às empresas e artistas já contratadas ou anunciadas de promoverem e realizarem shows artísticos no período.
Foto Destaque: Divulgação/TV Santa Cruz