A morte de cada Papa gera ritos fúnebres e declaração de vácuo de poder, seguido de enclausuramento do Colégio dos Cardeais na Capela Sistina até que o Espírito Santo sinalize a hora de adicionar clorato de potássio, lactose e colofônia no braseiro juntamente com os votos em papel dos cardeais, que quando queimados juntamente com as substâncias, geram a fumaça branca que anuncia o Habemus Papam, que significa que a Igreja tem um novo líder.
Entretanto, com a morte de Bento XVI, isso não ocorrerá devido ao fato de que em 2013 o Papa renunciou ao seu cargo. Apesar disso, sua morte, ainda assim, acarretará em consequências políticas, legais e biográficas para a conclusão de seu sucessor, assim como a morte de todos os outros papas existentes nos últimos 700 anos.
Bento XVI possibilitou para o Francisco a perspectiva de renúncia, o que o atual Papa não desconsiderou, uma vez que ele pode, futuramente, não ter condições de comandar a igreja. Foi comunicado pelo próprio Papa a existência de uma carta assinada há anos para ser utilizada em caso de necessidade de renúncia a seu cargo. Apesar de não existir vontade atual para renúncia, Francisco segue pressionando a organização para um substituto.
Funeral do papa Emérito Bento XVI. (Foto: Reprodução/ JC Online)
Apesar de nunca ter condenado a decisão de Bento XVI em relação a renúncia, Francisco declarou que ter mais de um Papa emérito ao mesmo tempo não era uma possibilidade para ele, por isso manteria o cargo enquanto seu antecessor estivesse vivo.
Religiosos mais conservadores não são muito adeptos da conduta de Francisco. Em uma forma de destitui-lo do poder papal, alguns fieis chegaram a entrar em contato o arcebispo Carlo Maria Víganò, a fim de pedir pela renúncia do argentino. Francisco agora precisará lidar com conservadores ligados as características de Bento XVI e o historiador Alberto Meloni acredita que além de seu liberalismo, suas limitações físicas e fragilidades também podem ser pontos desfavoráveis.
Foto destaque: Papa Francisco ao lado do Papa emérito Bento XVI. Foto: Reprodução/ Folha de S. Paulo.