Morte de Raquel Antunes: MP chamou atenção sobre perigo de carros alegóricos na dispersão desde 2019

Giovana Sedano Por Giovana Sedano
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Morreu, no início desta tarde de sexta-feira (22), a jovem Raquel Antunes, de 11 anos, no Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro do Rio de Janeiro. Ela estava internada em estado grave desde quarta-feira (20), após ser esmagada por um carro alegórico no fim do desfile da escola de samba Em Cima da Hora, na Marquês de Sapucaí.

Segundo a direção do hospital, a morte ocorreu às 12h10. Raquel subiu no carro alegórico da escola de samba Em Cima da Hora, que manobrava na saída da Praça da Apoteose, e acabou imprensada entre a estrutura e um poste quando o veículo se movimentou. Raquel, o irmão e a mãe estavam em uma lanchonete na rua onde ocorre a dispersão dos desfiles. A menina teria deixado o local sem que a mãe percebesse e teria subido em um dos carros alegóricos, que ainda estava parado e aguardava para ser retirado do entorno, após o desfile da escola.

A Liga das Escola de Samba (Lierj) emitiu nota dizendo que acompanha o caso e prestando solidariedade à família.

“As ligas das escolas de samba do Rio de Janeiro estão abaladas e se solidarizam com a família de Raquel Antunes. Equipes das ligas e da escola acompanham o caso na unidade hospitalar ao lado da família desde o primeiro instante e também colaboram com as autoridades”, diz a nota.


Carro alegórico da Em Cima da Hora, que foi apreendido pela Polícia Civil, com sinais de arranhões e amassados (Foto: Reprodução O Globo/Felipe Grinberg)


Na quinta-feira (21), a Justiça do Rio acolheu um pedido do Ministério Público (MP) estadual e determinou que os carros alegóricos de todos os desfiles na Sapucaí – grupo de acesso, ao qual a Em Cima da Hora faz parte, especial e mirim – deverão ter escolta policial até os seus barracões, evitando-se o acesso de crianças e adolescentes aos veículos.

O MP-RJ afirma que houve violações de normas de segurança no dia do acidente e que providências preventivas haviam sido determinadas pela Justiça da Infância e da Juventude com antecedência. O caso está sendo investigado.

 

Promotoria se pronuncia sobre o ocorrido

 

Em entrevista para o EXTRA, a promotora Rosana Cipriano, diz que, embora o documento seja de 2019, ele continua sendo válido. Além disso, todos os anos, o MPRJ envia ofícios, por e-mail, aos ógãos responsáveis pelo megaevento, relembrando-os sobre suas responsabilidades.

“Não é porque há novas edições dessas recomendações que são revogadas. Pelo contrário, elas se complementam. Damos ciência a todos sobre suas responsabilidades, fazendo um papel preventivo estratégico. Isso faz parte do nosso cuidado com o público infanto-juvenil. Cobramos resposta de tudo. O que aconteceu com a Raquel nos deixou consternados”, lamentou a promotora.

Ao ser perguntada sobre a alegação da Liga-RJ, em nota, de que não seria responsável pelos arredores, contestou:

“O evento tem começo, meio e fim. Não se pode alegar que ocorreu o episódio extramuros, pois está dentro da perspectiva do evento”, explicou ela, ressaltando que o carnaval é importante para a cidade e que o trabalho do MPRJ, junto com outras promotorias, é colaborar para um megavento em segurança.

 

Foto Destaque: Polícia Civil fez perícia no local do acidente.Reprodução/Agência O Globo

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