Mulheres à Obra: como uma simples aula pode quebrar barreiras, rompendo fronteiras e preconceitos

Roberta Rodrigues Por Roberta Rodrigues
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No último final de semana o Projeto Mulheres à Obra, realizado pela Palácio da Ferramenta, com lojas no centro do Rio de Janeiro, mostrou que lugar de mulher é aonde ela quiser e nesse caso na Obra. A primeira aula da 8º edição, reuniu cerca de 35 mulheres em uma aula para lá de curiosa: ferramentas elétricas com dicas de marcenaria.

Qual mulher nunca sentiu vontade de quebrar essa barreira e pegar uma furadeira, uma serra tico tico para colocar uma prateleira ou até mesmo criar um móvel? Com casamento marcado para outubro, a noivinha jornalista Danyelle Woyanes (33 anos) , sempre teve seu pai por perto, ela o apelidou de Professor Pardal, personagem conhecido nos desenhos animados como um faz tudo. Porém agora indo morar sozinha sentiu a necessidade de aprender a manusear as ferramentas para que ela mesmo pudesse arrumar a sua casa, já que seu futuro marido não tem habilidade nenhuma.

Não gosto de depender dos outros. Na minha opinião todos nós devemos ser independentes. Se Deus quiser não vou pagar mais para trocar uma torneira”, brincou a jornalista.


Isabel e Daniel no Projeto Mulheres à Obra (Foto: Reprodução/Gabriela Furlan)


Desde seu início em 2017 o projeto já capacitou mais de 1000 mulheres. E para sua idealizadora Isabel Gomes, diretora de marketing, é muito gratificante ver que o projeto vem ganhando e dando força para novos empreendimentos. Fora do mercado há 3 anos, a arquiteta Dany Oliveira desabafou “Meu ex marido me colocava para baixo dizendo que não tinha mais espaço para minha profissão e que eu tinha que ficar em casa com meus filhos em período integral. Sofri violência psicológica por 4 anos e mesmo depois de separada ele tentava me diminuir. Depois que saí do curso, minha cabeça não parou, fui dormir às 3h da manhã e acordei me sentindo totalmente empoderada. Fui almoçar com uma amiga, meti o pé na porta e dei um basta em toda essa humilhação. Vamos unir nossas forças em uma linda parceria. Vem coisa boa ai… obrigada Mulheres à obra!”.

Mulheres a Obra acontece sempre aos sábados e são ministrados também por uma mulher, Emanuela Fidelis, iniciou no dia 12 de março e segue até o dia 16 de abril.

Segue a programação:

– Dia 19 de Março – Elétrica e iluminação (Taschibra);

– Dia 26 de Março – Hidráulica (Tigre);

– Dia 02 de Abril – Tintas (coral);

– Dia 09 de Abril – Rejuntes e impermeabilização (Quartzolit), e;

– Dia 16 de Abril – Ferramentas elétricas + Dremel (gravação em vidro) (Bosch).

 Palácio da Ferramenta – Com 50 anos, funcionado em três endereços no Centro da cidade, fornecendo o que há de melhor no ramo, o Palácio da Ferramenta vem, há anos, sempre com as melhores marcas e preços. A empresa, é considerada como a mais completa, com diversificados produtos, com uma grande variedade de máquinas, fechaduras, material elétrico, ferro fundido, parafusos, dobradiças, tintas, pisos, azulejos, metais e muito mais!

O Mulheres à Obra é o jeito que o Palácio da Ferramenta encontrou para homenagear mulheres no dia 08 de março, empoderando-as e transformando as suas vidas”, contextualiza Isabel Gomes.


Isabel Gomes no Projeto Mulheres à Obra (Foto: Reprodução/Gabriela Furlan)


Tudo foi pensado, para despertar o interesse, a logomarca é uma mulher com uma bandana vermelha, o braço em pose de força e os dizeres “O lugar de mulher é onde ela quiser” – E essa mensagem vem inspirada na musa feminista Naomi Parker Fraley, falecida em janeiro de 2018 (ela foi um marco na segunda guerra mundial e na história do feminismo).

As inscrições já estão abertas, com 40 vagas. Com o valor simbólico de R $100,00 (cada curso). Na verdade, 50,00 desse valor vira um voucher para utilizar na loja. Um dia todo só para mulheres, com aula prática e teórica, dicas e orientações parautilizar diversas ferramentas. Elas ganham alguns mimos como material didático, camiseta, bandana (laço), coffee break, e com direito a sorteio de ferramentas.

 

Foto destaque: Projeto Mulheres à Obra. Reprodução/Gabriela Furlan

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