Na área mais desertificada do país, comunidade usa tecnologia ambiental e cria “oásis”

Lucas Venâncio Por Lucas Venâncio
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No município de Irauçuba, interior do Ceará, os agricultores enfrentam o processo de desertificação. Com a ajuda de tecnologias, eles transformam um solo aparentemente sem recursos, em uma paisagem verdejante. 

Desertificação é o processo pelo qual o solo vai se tornando empobrecido em nutrientes e se torna improdutivo. Alguns fatores que ocasionam esse processo são o baixo volume de chuva, queimadas e monocultura. Conforme o Ministério do Meio Ambiente, a desertificação afeta, atualmente, 30 milhões de pessoas em oito estados do Nordeste e norte de Minas Gerais. 

Ainda conforme o Ministério, o processo é mais acelerado e intenso nos municípios Cabrobó, Seridó, Gilbués e Irauçuba. Um dos moradores de Irauçuba, o agricultor João Alcides Pereira, fala da dificuldade com esse tipo de solo:

Era difícil encontrar por aqui na cidade terra boa para se plantar, o solo era sem vida. O feijão nascia, às vezes, mas não se desenvolvia. A planta morria logo. O milho não brotava. Nem o capim, que dá em todo canto, não nascia”.

Foi com a ajuda da secretaria do município e a implementação de tecnologias que a terra foi gradualmente melhorando. Ivan Braga é técnico da Secretaria de Agricultura de Irauçuba e disse: “Os agricultores recebem nossa ajuda técnica e orientações e aplicam no seu dia a dia. Em Mandacaru (um dos distritos da cidade), por exemplo, fizemos os cordões de pedra e as barragens de contenção. São pequenas ações com objetivo de conter a água no solo e minimizar a erosão, por exemplo. E essas ações fazemos desde 2012”.


Foto: Seu “Zélino” é mais um dos agricultores beneficiados com as tecnologia ambientais (Foto: Reprodução/Gioras Xerez/Sistema Verdes Mares)


A técnica em meio ambiente, Antônia Karina, atende a comunidade e explica o funcionamento dessas tecnologias: “a implementação das barragens em riachos da região e a instalação dos cordões de pedra possibilitaram a recuperação do solo e trouxeram uma nova vegetação”.

Ela continua: “a barragem de contenção evita a entrada e depósito de sedimentos no fundo dos açudes, rios e riachos o que pode esgotá-los, além disso, revitalizam o solo. Já o cordão de pedra é a barreira que reduz a velocidade das enxurradas. Os cordões forçam o acúmulo de nutrientes, induzem o aumento da profundidade, a infiltração e armazenamento da água no solo”.

Ao toda quase 30 famílias são beneficiadas pelo projeto na região.

 

Foto Destaque: Na área mais desertificada do país, comunidade usa tecnologia ambiental e cria “oásis”. Reprodução/Gioras Xerez/Sistema Verdes Mares

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