Segundo autoridades ucranianas, dois esquadrões de elite chechenos foram neutralizados por forças militares do país. O intuito dos grupos seria assassinar o presidente do país, Volodymyr Zelensky.
O New York Times afirma que o pronunciamento foi dado pelo secretário do Conselho Nacional de Segurança e Defesa da Ucrânia, Oleksiy Danilov, em entrevista à imprensa local.
O presidente, que frequentemente tem sido referenciado como ex-comediante e ator, principalmente em tom sarcástico, nas redes sociais, já havia inúmeras vezes manifestado o medo de ser alvo de uma operação russa para assassina-lo. Na semana passada, o líder ucraniano disse em um vídeo: “Essa pode ser a última vez que vocês me veem com vida”.
A imprensa local teme que não só esquadrões de elite estejam no encalço do presidente, pois milícias pró-Rússia ou grupos de mercenários poderiam estar também engajados na busca pela “cabeça” de Zelensky.
Líder checheno e aliado de Putin, Ramzan Kadyrov, enviou dez mil militares à Ucrânia (Foto: Reprodução/Poder360).
“Eles estavam divididos em dois grupos e nós rastreamos ambos”, informou o secretário de defesa ucraniano. “Um dos grupos foi neutralizado próximo a Hostomel e o outro segue sob a nossa supervisão. Não desistiremos do nosso presidente e do nosso país. É a nossa terra, deem o fora”, disse Danilov.
Desde o início da guerra, o político tem sido alvo de piadas e críticas contundentes em relação ao seu passado humorístico, tendo sido comparado inclusive com o comediante brasileiro Danilo Gentili. Alguns chegaram a puxar a ficha de Zelensky, que teria dublado, em 2014, o personagem Paddington, famoso ursinho britânico, na versão de seu país – e também um vídeo promocional de sua candidatura em que aparece metralhando representantes políticos.
No entanto, outras pessoas têm apontado para o presidente como um exemplo de coragem e autodeterminação em tempos de guerra. Em entrevista ao UOL Notícias, o professor brasileiro de Ciências Políticas Lucas Rezende (UFMG) afirmou:
“Zelensky tem conseguido lidar com a guerra de uma maneira que surpreendeu muitos analistas. Não fugiu do país, segue na Ucrânia mobilizando a população e atuando como um agente de coesão interna em um momento extremamente grave”.
Foto Destaque: AFP via Brasil de Fato