“Não vamos alterar nada”, diz Tarcísio sobre programa de câmeras da PM

Babi Gomes Por Babi Gomes
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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou em entrevista coletiva na tarde de ontem (5) que, inicialmente, não realizará mudanças no programa que obriga a instalação de câmeras nas fardas dos policiais militares. 

Apesar da fala do governador, o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, pretende “rever” o programa, que recebeu o nome de Olho Vivo. A notícia gerou críticas, principalmente por parte do Ministério dos Direitos Humanos.

Nesse primeiro momento, nada muda. A gente vai tocar o projeto, o programa das câmeras como ele está. Tem gerado suas repercussões positivas, tem trazido uma percepção de segurança para segmentos importantes da sociedade, para segmentos mais vulneráveis e que precisam ter essa percepção de segurança. Então, não vamos alterar nada”, anunciou Tarcísio.

Anteriormente, em campanha eleitoral, o então candidato havia prometido remover as câmeras dos uniformes policiais. Mas, frente à repercussão negativa, voltou atrás em sua proposta. “Nós vamos fazer a reavaliação da política de câmeras assim como vou rever todas as políticas públicas que estão em andamento dentro de uma lógica de eficiência. Eventuais ajustes vão ser propostos ao longo do tempo e à luz dos números, à luz dos dados”, adicionou o atual governador. 


Guilherme Derrite, secretário de Segurança Pública, reconsidera câmeras na Polícia Militar. (Vídeo: Reprodução/Jovem Pan News – YouTube)


Ao ser questionado se exisite alguma divergência entre ele e o secretário de Segurança Pública, Tarcísio afirmou que “não existe desalinhamento nenhum”. 

O programa Olho Vivo surgiu em 2020 pelo então governador João Doria (à época, no PSDB) e é apontado por especialistas em segurança pública como uma ferramenta essencial no combate à violência policial. 

Segundo um estudo realizado pelo Centro de Ciência Aplicada à Segurança Pública da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o uso de câmeras corporais pela PM tem forte impacto positivo: Pelo menos 104 mortes foram evitadas nos primeiros 14 meses, considerando somente a região metropolitana de São Paulo. O estudo também apontou a redução em 57% do número de mortes causadas por intervenção policial nas áreas que utilizam a tecnologia, em reação à média do período anterior à instalação dos equipamentos. 

De acordo com a conclusão dos pesquisadores, os dispositivos não inibem o trabalho dos agentes de segurança, mas auxiliam na redução da criminalidade.

Foto destaque: Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, afirma que não haverá mudanças no programa que obriga instalações de câmeras nas fardas da PM. Reprodução/Governo de São Paulo.

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