Novo plano promete finalmente despoluir a Baía de Guanabara após três décadas de tentativas frustradas. Com um histórico de mais de R$ 10 bilhões investidos em programas de despoluição, incluindo recursos do governo japonês, surge uma nova esperança para esse importante ecossistema.
Desafios da poluição na Baía de Guanabara
A Baía de Guanabara, com seus mais de 400 km de extensão e paisagens deslumbrantes, tem sido marcada por altos índices de poluição. Segundo o Instituto Trata Brasil, as cidades de São Gonçalo, Duque de Caxias, Belford Roxo e São João de Meriti, localizadas nas proximidades da baía, estão entre as com os menores índices de tratamento de esgoto no Brasil.
Reportagem sobre novo plano para limpar a Baía de Guanabara. (Vídeo: Reprodução / @bandjornalismo / Youtube)
Diariamente, milhões de litros de esgoto são despejados nas águas da Baía de Guanabara, o que afeta diretamente a vida dos pescadores e suas famílias. Alaildo Malafaia, um pescador entrevistado pelo Jornal da Band, relata que a poluição obrigou sua família a se mudar, pois os peixes e crustáceos que antes eram abundantes na região já não são mais encontrados.
Apesar dos esforços passados, que envolveram investimentos volumosos da União, dos estados e do governo japonês, as metas de despoluição não foram cumpridas. A promessa de tratar 80% do esgoto até a Olimpíada de 2016 ficou apenas no papel.
Novo plano para despoluir a Baía de Guanabara
Agora, a concessionária responsável pelo saneamento em 12 das 17 cidades que compõem a região hidrográfica apresenta um novo plano. Com um investimento previsto de R$ 10 bilhões, a primeira etapa das obras está programada para iniciar em agosto, visando despoluir completamente a Baía de Guanabara até 2033.
O projeto contempla a construção de grandes coletores de tempo seco no entorno da baía. Esses coletores têm a finalidade de coletar o esgoto despejado na rede de água pluvial e levá-lo para as estações de tratamento. Alexandre Bianchini, presidente da concessionária Águas do Rio, explica que essa estrutura protegerá a baía, garantindo um eficiente tratamento dos efluentes.
Apesar de a nova promessa ser recebida com um misto de desconfiança e otimismo pelas lideranças ambientais, Pedro Belga, presidente da ONG Guardiões do Mar, expressa sua esperança e disposição para apoiar os esforços. Segundo Belga, a sociedade civil organizada e os povos tradicionais estão prontos para colaborar nesse desafio.
Foto Destaque: Poluição na Baía de Guanabara. Reprodução / Tânia Rêgo / Agência Brasil