Segundo um comunicado divulgado pelo condado de Maui, no Havaí, o número de mortes causadas pelos incêndios florestais subiu para 93. Duas das vítimas foram identificadas de acordo com a nota.
Os incêndios
Esse é o desastre natural mais mortal desde a consolidação do Havaí como estado em 1959, superando o tsunami que matou 61 pessoas em Hilo, no ano de 1960. Antes de ser considerado estado, o Havaí foi atingido por um tsunami que matou 158 pessoas em 1946.
Em uma coletiva de imprensa neste sábado (12), o governador Josh Green disse que o número de mortos deve aumentar e destacou o nível da destruição, ressaltando que será necessário um longo tempo para a recuperação. “A curto prazo, será doloroso e, a longo prazo, as pessoas vão precisar de serviços de saúde mental, e, a muito longo prazo, vamos reconstruir juntos.”
Aproximadamente, 2.200 estruturas foram destruídas ou danificadas pelo fogo, sendo 86% delas residenciais. Em uma estimativa divulgada pelo governador durante a coletiva, o prejuízo é de US$ 6 bilhões.
Incêndios atingem ilha de Maui, no Havaí, e deixam 93 mortos (Foto: Reprodução/O Globo)
Realocação
Cerca de mil quartos de hotel foram disponibilizados para pessoas que precisaram ser evacuadas e para socorristas. Mas, para Green, é difícil alocar as pessoas em quartos de hotel com eletricidade o suficiente. O governador diz que não há intenção de remover pessoas de locais com energia elétrica e banheiros funcionais para realocá-las em locais que não têm. Green também acrescentou que soluções de moradia a longo prazo estão sendo pensadas.
Brasileiros em Maui
O casal de brasileiros Pedro Robalinho e Rafaela Bentes, junto das filhas Alana, de 12 anos, e Mila, de 9, estão abrigados na casa de um casal de amigos após precisarem deixar a residência em que viviam em Lahaina, uma das cidades mais atingidas pelo incêndio. Rafaela tinha uma escolinha de surf, enquanto Pedro treinava atletas em nível profissional, mas o fogo destruiu tudo: a casa, o trabalho, fotos das filhas pequenas e os sonhos da família.
“Pegamos tudo que tinha assim, mais próximo, lembrei da pasta de documentos, peguei e fomos embora”, disse Rafaela em uma entrevista aos correspondentes do G1 em Maui.
Dos 93 mortos, dois foram identificados e, de acordo com o chefe da polícia de Maui, John Pelletier, suas identidades não foram divulgadas. “Estamos indo o mais rápido que podemos. Mas, só para você saber, conseguimos revistar 3%. Isso é o que foi revistado com os cães: 3%.”, acrescentou, alertando que ainda irá levar um longo tempo para que o trabalho das equipes de busca tenha fim.
Foto destaque: Incêndios florestais atingem ilha de Maui, no Havaí, e deixam 93 mortos. Reprodução/Guiame
