O poder de compra dos brasileiros tem sido cada vez mais abalado por uma inflação que só faz crescer. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, IPCA, fechou em 2021 em 10,06%, divulgou hoje, 11, o IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas.
Grafico com Preços – IPCA e meta para a inflação (Foto: Reprodução/ Banco Central do Brasil)
Vale ressaltar que essa foi a maior taxa acumulada no ano desde 2015 quando o índice foi de 10,67%.
No ano de 2020, o IPCA foi de 4,52%. O resultado do IPCA veio acima das expectativas do mercado financeiro para o ano que passou. O IPCA é o indicador oficial de inflação no país e esse resultado de 10,06% estourou com folga a meta do BC, Banco Central que previa algo em torno de 5,25%.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, terá que escrever uma carta pública explicando esse avanço do IPCA, será a sexta vez desde a criação do sistema de metas para a inflação desde 1999.
Podemos visualizar a inflação para cada um dos 9 grupos em 2021:
Alimentação e bebidas: 7,94%
Habitação: 13,05%
Artigos de residência: 12,07%
Vestuário: 10,31%
Transportes: 21,03%
Saúde e cuidados pessoais: 3,70%
Despesas pessoais: 4,73%
Educação: 2,81%
Comunicação: 1,38%
Essa alta da inflação teve 3 principais responsáveis: Transportes, Habitação, e Alimentação e bebidas, os 3 somaram 79% do IPCA de 2021.
“O grupo dos Transportes foi afetado principalmente pelos combustíveis”, explicou o gerente do IPCA, Pedro Kislanov. “Com os sucessivos reajustes nas bombas, a gasolina acumulou alta de 47,49% em 2021. Já o etanol subiu 62,23% e foi influenciado também pela produção de açúcar”.
Outros fatores também contribuíram para esse aumento como a alta do dólar. Quando a inflação ocorre, ela tende a castigar muito mais a população mais carente. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que abrange as famílias com rendimentos de 1 a 5 salários-mínimos ficou em 10,16%, acima da inflação oficial.
Confira alguns dos itens com maior impacto na inflação do ano:
Gasolina: 47,49% (impacto de 2,34 pontos percentuais)
Energia elétrica: 21,21% (impacto de 0,98 pontos percentuais)
Automóvel novo: 16,16% (impacto de 0.48 pontos percentuais)
Gás de botijão: 36,99% (0,41 pontos percentuais)
Etanol: 62,23% (0,41 pontos percentuais)
Refeição: 7,82% (0,29 pontos percentuais)
Automóvel usado: 15,05% (0,28 pontos percentuais)
Aluguel residencial: 6,96% (0,26 pontos percentuais)
Carnes: 8,45% (0,25 pontos percentuais)
Produtos farmacêuticos: 6,18% (0,20 pontos percentuais)
“Uma inflação acumulada na faixa de 10% não estava no radar de ninguém no começo do ano passado. Ela se desgarrou de um padrão normal”, afirma o economista-chefe da consultoria MB Associados, Sergio Vale.
“A inflação ainda não dá sinais de tranquilidade. O cenário é preocupante no início de 2022. Não vai ser fácil trazer a inflação de volta para a meta”, completa.
De acordo com alguns analistas, há uma serie de sucessão de choques que ocorreram no ano de 2021 e está favorecendo essa escalada dos preços. Muito pode ser constatado com o avanço da pandemia, que continuou provocando uma escassez de insumos no mercado internacional, com essa falta de matérias-primas e a reabertura da economia, os preços ficaram cada vez mais caros em diferentes regiões.
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A inflação foi um problema global em 2021, mas a taxa do Brasil foi uma das mais altas do mundo, sendo a terceira pior inflação do G20 (países mais ricos do mundo) e a quinta maior da América latina. Em uma média feita entre os países do G20, a inflação foi de 5,9%.
Foto Destaque: Representação da inflação. Reprodução/Pinterest/Divulgação.