O ano de 2021 teve a maior alta da inflação desde 2015

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O poder de compra dos brasileiros tem sido cada vez mais abalado por uma inflação que só faz crescer. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, IPCA, fechou em 2021 em 10,06%, divulgou hoje, 11, o IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas.


Grafico com Preços – IPCA e meta para a inflação (Foto: Reprodução/ Banco Central do Brasil)


Vale ressaltar que essa foi a maior taxa acumulada no ano desde 2015 quando o índice foi de 10,67%.

No ano de 2020, o IPCA foi de 4,52%. O resultado do IPCA veio acima das expectativas do mercado financeiro para o ano que passou. O IPCA é o indicador oficial de inflação no país e esse resultado de 10,06% estourou com folga a meta do BC, Banco Central que previa algo em torno de 5,25%.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, terá que escrever uma carta pública explicando esse avanço do IPCA, será a sexta vez desde a criação do sistema de metas para a inflação desde 1999.

Podemos visualizar a inflação para cada um dos 9 grupos em 2021:

Alimentação e bebidas: 7,94%

Habitação: 13,05%

Artigos de residência: 12,07%

Vestuário: 10,31%

Transportes: 21,03%

Saúde e cuidados pessoais: 3,70%

Despesas pessoais: 4,73%

Educação: 2,81%

Comunicação: 1,38%

Essa alta da inflação teve 3 principais responsáveis: Transportes, Habitação, e Alimentação e bebidas, os 3 somaram 79% do IPCA de 2021.

“O grupo dos Transportes foi afetado principalmente pelos combustíveis”, explicou o gerente do IPCA, Pedro Kislanov. “Com os sucessivos reajustes nas bombas, a gasolina acumulou alta de 47,49% em 2021. Já o etanol subiu 62,23% e foi influenciado também pela produção de açúcar”.

Outros fatores também contribuíram para esse aumento como a alta do dólar. Quando a inflação ocorre, ela tende a castigar muito mais a população mais carente. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que abrange as famílias com rendimentos de 1 a 5 salários-mínimos ficou em 10,16%, acima da inflação oficial.

Confira alguns dos itens com maior impacto na inflação do ano:

Gasolina: 47,49% (impacto de 2,34 pontos percentuais)

Energia elétrica: 21,21% (impacto de 0,98 pontos percentuais)

Automóvel novo: 16,16% (impacto de 0.48 pontos percentuais)

Gás de botijão: 36,99% (0,41 pontos percentuais)

Etanol: 62,23% (0,41 pontos percentuais)

Refeição: 7,82% (0,29 pontos percentuais)

Automóvel usado: 15,05% (0,28 pontos percentuais)

Aluguel residencial: 6,96% (0,26 pontos percentuais)

Carnes: 8,45% (0,25 pontos percentuais)

Produtos farmacêuticos: 6,18% (0,20 pontos percentuais)

“Uma inflação acumulada na faixa de 10% não estava no radar de ninguém no começo do ano passado. Ela se desgarrou de um padrão normal”, afirma o economista-chefe da consultoria MB Associados, Sergio Vale.

“A inflação ainda não dá sinais de tranquilidade. O cenário é preocupante no início de 2022. Não vai ser fácil trazer a inflação de volta para a meta”, completa.

De acordo com alguns analistas, há uma serie de sucessão de choques que ocorreram no ano de 2021 e está favorecendo essa escalada dos preços. Muito pode ser constatado com o avanço da pandemia, que continuou provocando uma escassez de insumos no mercado internacional, com essa falta de matérias-primas e a reabertura da economia, os preços ficaram cada vez mais caros em diferentes regiões.

 

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 A inflação foi um problema global em 2021, mas a taxa do Brasil foi uma das mais altas do mundo, sendo a terceira pior inflação do G20 (países mais ricos do mundo) e a quinta maior da América latina. Em uma média feita entre os países do G20, a inflação foi de 5,9%.

Foto Destaque: Representação da inflação. Reprodução/Pinterest/Divulgação.

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