OMS faz alerta para surtos de gripe aviária em humanos

Welyson Lima Por Welyson Lima
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Com base no crescente número de infecções de gripe aviária em mamíferos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) levantou uma preocupação de a gripe aviária se tornar um surto e um verdadeiro problema para os humanos. Nesta quarta-feira (26), a OMS fez esse alerta para o risco que os surtos de gripe aviária em animais podem significar aos seres humanos. O número de infecções aumentou consideravelmente entre mamíferos, segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e a Organização Mundial para a Saúde Animal (WOAH).


OMS alerta sobre surtos de gripe aviária em humanos. Foto reprodução/Pixabay


As organizações chegaram à conclusão de que os animais mamíferos são biologicamente mais próximos dos humanos que as aves. Dessa forma, corre-se o risco de o vírus conseguir se adaptar e infectar os humanos de maneira mais fácil. No entanto, de acordo com a OMS, permanecem “raros” os casos confirmados em humanos que podem ocasionar doenças graves com elevada taxa de mortalidade, apenas cerca de 8 infecções foram relatadas desde dezembro de 2021. Os casos confirmados estariam relacionados ao contato próximo com ambientes contaminados e aves infectadas.

Número e aumento de casos de gripe aviária

Desde 2020, uma variante da linhagem ganso/Guangdong do vírus da gripe H5N1, que surgiu em 1996 pela primeira vez, causou muitas mortes em aves domésticas, mas também selvagens, de países dos continentes africano, asiático e europeu. Em 2021, por sua vez, o vírus espalhou-se na América do Norte e, em 2022, na América Central e do Sul. Assim sendo, cerca de 67 países em cinco continentes fizeram relatos sobre surtos de gripe aviária em 2022, que foram responsáveis pela morte de mais de 131 milhões de aves domésticas, tendo como consequência seus abatimentos. Neste ano, pelo menos 14 países, especialmente nas Américas, já relataram surtos. No Brasil, por exemplo, o número de casos subiu para 63, segundo a informação emitida pelo Ministério da Agricultura, nesta quarta-feira (12).

Medidas de Biossegurança

Para as organizações da ONU, as formas de combater a gripe aviária se dão por “medidas de biossegurança” que devem ser aprimoradas nas fazendas, como também nas cadeias de valor das aves. Além do mais, de acordo com as organizações, boas práticas de higiene precisam ser aplicadas. Para Silvie Briand, diretora de Preparação e Prevenção de Pandemias e Epidemias da OMS, é necessária a vigilância para identificar possíveis evoluções no vírus, mas diz que com as informações mais precisas sobre o vírus, ele “não parece ser capaz de se transmitir facilmente de uma pessoa para outra”, ressaltou.

As organizações da ONU emitiram um comunicado onde dizem que já se pode “considerar a vacinação de aves como uma ferramenta complementar de controle de doenças com base em vigilância sólida e levando em considerações fatores locais, como cepas de vírus circulantes, avaliação de risco e condições de implementação da vacinação”, diz o trecho da nota. Ou seja, comunicar às autoridades competentes a fim de uma ação a ser realizada o mais rapidamente possível contra surtos é, conforme os membros da WOAH, a “primeira linha de defesa”.

As organizações da ONU afirmaram que a gripe aviária já levou à devastação de populações de animais, o que inclui aves domésticas, selvagens e mesmo alguns mamíferos e que os surtos causaram prejuízos aos meios de subsistência dos agricultores, assim como ao comércio de alimentos. E alerta que é preciso “salvar o maior número de animais”, frisaram. Para as organizações da ONU, os países precisam trabalhar em conjunto no enfrentamento dessa problemática.

Foto Destaque: Ave doméstica. Reprodução/Pixabay.

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