Palestinos recordam a “Nakba”, catástrofe que levou o êxodo forçado de 750 mil pessoas em 1948

Joana Tchian Por Joana Tchian
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No dia 15 de maio de 1948, ocorreu a chamada “Nakba”, catástrofe, em árabe, que levou o êxodo forçado de 750 mil palestinos e a destruição de cerca de 500 vilarejos, segundo o historiador israelense Ilan Pappé.

Milhares de palestinos tiveram suas vidas afetadas, já que foram enviados para campos de refugiados na Síria, Jordânia, Cisjordânia, Líbano e Faixa de Gaza. Cerca de metade dos 5,6 milhões de refugiados registrados permanecem apátridas, segundo o Ministério das Relações Exteriores da Palestina, muitos vivendo em campos completamente lotados. 75 anos depois da catástrofe, a Nakba ainda é um trauma presente na vida dessas pessoas que sobreviveram ao caos.

No ano de 1948, a família de Intisar Muhana fugiu da aldeia de al-Masmiyya, no nordeste de Gaza, durante a guerra que promoveu a criação do Estado de Israel. Semana passada, esta mesma família perdeu sua casa, novamente, após ela ter sido destruída por ataques aéreos israelenses.

Todos os anos, no dia 15 de maio, os palestinos lamentam a catástrofe de Nakba. Para aqueles que tiveram que ficar em Gaza, o aniversário se torna amargo após cinco dias de ataques aéreos de Israel contra o grupo militante Jihad Islâmica, que destruiu dezenas de casas e deixou centenas de pessoas desabrigadas.


Pessoas fugindo de suas casas durante a catástrofe de Nakba, em 1948. Foto: Reprodução/Wikipedia


Em uma entrevista à CNN, Muhana afirma: “Eles destruíram o de al-Masmiyya e nós viemos para cá. Agora eles fizeram isso de novo e acabamos sem nada”. Ele ainda lamenta “Não temos nada lá e agora não temos nada aqui”.

Este ano, a Organização das Nações Unidas (ONU) irá recordar a Nakba pela primeira vez. Na Cisjordânia, local onde palestinos possuem um autogoverno limitado e sob o regime militar israelense, uma sirene irá soar por 75 segundos para marcas os 75 anos da catástrofe.

As negociações para pôr um fim nos conflitos entre Israel e palestinos estão paralisadas faz anos, não mostrando nenhuma perspectiva de um acordo que promova uma linha na qual ambos os lados concordem. Por enquanto, as memórias permanecem vivas para as pessoas que foram afetadas com a guerra.

 

Foto destaque: Reprodução/CNN Brasil

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