O Papa Francisco disse que o julgamento que levou à prisão do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2018, aconteceu por contribuição das “fake news”. Em entrevista ao jornal espanhol ABC, ele ainda afirmou que a disseminação dessas mentiras “podem destruir uma pessoa”, sobretudo se tratando de líderes políticos.
O Sacerdote da Igreja Católica afirmou não ter a intenção de discursar sobre política, mas também considerou relevante abordar o caso e levantar um debate acerca da gravidade e das consequências geradas pela fake news.
“Um julgamento deve ser o mais limpo possível, com tribunais de primeira classe, sem nenhum interesse que não seja o de garantir uma justiça limpa”, disse o líder religioso.
Lula (PT) recebe bênção do Papa Francisco, após sair da prisão, em 2020, no Vaticano. (Foto: Reprodução/Twitter)
Para Francisco, o caso envolvendo a prisão de Lula é “histórico”. Além disso, avaliou a condenação do político como um julgamento “não adequado” por razão da parcialidade da Corte, que havia passado por manipulação da mídia sensacionalista: “Começou com notícias falsas na mídia, que criaram uma atmosfera que favoreceu a colocação de Lula em um julgamento”.
“É preciso cuidado com aqueles que montam um cenário para um julgamento, seja ele qual for. Eles fazem isso pela mídia de forma que tenha efeito sobre aqueles que irão decidir”, pontuou.
A condenação de Lula
Condenado a quase 12 anos e 1 mês de prisão pelo juiz Sérgio Moro, na época autoridade do Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Lula foi obrigado a se entregar para a Polícia Federal no dia 7 de abril de 2018.
Acusado de corrupção e lavagem de dinheiro, o político foi levado à Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba (PR). O réu, no entanto, ficou preso durante pouco mais de um ano. Em 580 dias de prisão, Lula foi liberado e absolvido pela Justiça do país.
Foto Destaque: Lula em em encontro com Papa Francisco no Vaticano. Reprodução/Twitter.