“Parecia o fim do mundo”, dizem vítimas de testes com bombas nucleares nos EUA em 1945

João Salles Por João Salles
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Primeiro teste de um protótipo de bomba nuclear, no estado do Novo México, em 1945, gerou uma nuvem de substâncias tóxicas que se manteve no entorno do local da explosão. Naquele local, viviam pessoas que mais tarde vieram a sofrer graves consequências na saúde.


Teste de bomba nuclear (Foto: Reprodução/Brasil 247)


Logo após a execução do sigiloso Projeto Manhattan, que detonou a primeira bomba atômica em 1945, alguns tanques americanos, chamados “Sherman”, entraram no local da explosão. Esses veículos feitos de metal também estavam sendo usados ao mesmo tempo na Segunda Guerra Mundial, na Europa.

O teste aconteceu em um campo deserto, situado no Novo México, chamado Jornada del Muerto, onde o protótipo da bomba causou uma das maiores explosões já vistas na história da humanidade.

O sucesso desse teste levou os Estados Unidos a lançarem as duas bombas atômicas sobre as cidades de Hiroshima e Nagasaki, no Japão, encerrando a Segunda Guerra Mundial. Os cálculos que foram feitos estimam que até dezembro de 1945, torno de 110 mil pessoas foram mortas em ambas as cidades.

Resultados dos testes

Comandando o Projeto Manhattan estava Robert Oppenheimer, que mais tarde iria se chamar o “pai” da bomba atômica. Os cientistas testaram o The Gadget em um ponto sem habitações, ou assim eles acreditavam, porque havia alguns fazendeiros a cerca de 20 quilômetros de distância, mas em um raio de 80 quilômetros havia milhares de cidadãos em pequenas cidades.

Os moradores da região relataram que nunca foram avisados sobre a detonação do protótipo The Gadget, a explosão foi tão forte que luzes foram vistas a quilômetros de distância nas cidades de Albuquerque e El Paso.

Grandes problemas

Tina Cordova, que dirigiu o Consórcio de Downwinders da Bacia de Tularosa, escutou depoimentos de algumas pessoas que enfrentaram doenças após a explosão. Os relatos são consistentes com de outras pessoas que acabaram sendo afetadas pela radiação em diversos testes em outros lugares do mundo.

No caso do Novo México, Tina explica que naquela época os moradores da região não possuíam televisão nem rádio, e isso dificultou a emissão do alerta para a população. Nessa região não tinha fontes de água potável e os moradores necessitavam coletar a água da chuva ou do subsolo, onde poderia ter poeira contaminada da explosão. Os animais criados naquela região também foram expostos à radiação e a população necessitava desses animais para a alimentação.

 

 

Foto Destaque: Cientista fazendo ajustes em bomba nuclear. Reprodução/Russia Beyond

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