As pressões exercidas sobre a Petrobras para que seja evitado novos reajustes ganha mais um capítulo, com um revés colhido para o presidente Jair Bolsonaro. Por pedido do governo, o Conselho de Administração da Petrobras realizou uma reunião extraordinária nesta quinta-feira (16) para que fosse avaliado um possível adiamento de reajuste nos combustíveis. O intuito é que fossem atrasadas até a aprovação das medidas de desoneração para contenção da alta dos preços no Congresso.
Porém, as coisas não aconteceram como planejado. A conclusão dos conselheiros é que cabe a decisão aos diretores da empresa estatal e não ao governo. Com o sinal estando verde, foi anunciado hoje (17), um novo reajusto no preço do diesel e na gasolina, de acordo com fontes que acompanharam o encontro virtual realizado ontem.
A decisão é contraria dos interesses eleitorais do presidente Bolsonaro, que já realizou a troca do comando da Petrobras e mantém pressão na empresa para o não reajuste do diesel e gasolina. Principalmente, enquanto está buscando a medida para desonerar os combustíveis, em especial o diesel e o gás de cozinha, que a disparada aumenta a inflação e pesa mais contra a popularidade em ano de eleição. Ontem também, Bolsonaro afirmou que um novo aumento é um ataque e que tem motivações políticas.
A próxima reunião deverá acontecer dia 29 de junho, o tema definido por Márcio Weber foi definido formalmente como “aumento de preço”
O último reajuste no preço da gasolina havia sido em março deste ano (Foto:reprodução/Petrobras)
O argumento usado pela diretoria é que os preços estão em defasagem com relação ao mercado internacional e não é possível a espera.
O último reajuste do litro da gasolina nas refinarias aconteceu dia 11 de março, passando de R$ 3,25 para R$ 3,86, um reajuste de 18,7%. Já o diesel está desde maio quando passou de R$ 4,51 para R$ 4,91 por litro.
A Petrobras alertou o governo sobre a possibilidade de desabastecimento de diesel caso o preço não seja reajustado, por conta da importação de 30% que precisa ser importado pelo país.
Foto destaque: Bolsonaro perde pequena queda de braço temporária contra a Petrobras. Reprodução/Gazetadopovo)